Em entrevista à Folha de S.Paulo, a vice-presidente para risco soberano da Moody’s, Samar Maziad, afirmou que o Brasil tem chances de reconquistar o grau de investimento, desde que adote um ajuste fiscal robusto nas despesas obrigatórias.
Segundo Maziad, a conquista desse status pode ocorrer ainda durante o governo atual, dependendo da continuidade das reformas estruturais e da contenção de gastos.
Na terça-feira (1º), a agência de classificação de risco Moody’s elevou o rating do Brasil de “Ba2” para “Ba1”, com perspectiva positiva.
O relatório aponta que essa mudança reflete o reconhecimento do progresso do país em áreas-chave, como a independência do Banco Centra (BC), a gestão mais eficiente das empresas públicas e a digitalização financeira, que ajudam a melhorar o ambiente de negócios.
Maziad destacou que a reforma tributária, ainda que implementada gradualmente, é um marco importante, capaz de gerar um ambiente empresarial mais eficiente e de impulsionar o crescimento econômico no longo prazo. Além disso, a Moody’s enxerga como positivo o avanço do Brasil em promover reformas desafiadoras, mesmo em meio a um cenário político polarizado.
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A agência projeta que, se o governo mantiver as políticas de controle de gastos e implementar novas medidas para ajustar as contas públicas, o Brasil pode avançar para o grau de investimento dentro de 12 a 18 meses. Entre as ações necessárias, Maziad enfatizou a importância de focar nas despesas obrigatórias para garantir a sustentabilidade fiscal.
Outro fator relevante para a melhoria da classificação de risco do país é o crescimento econômico contínuo, que, segundo a vice-presidente da Moody’s, foi fundamental para a recente elevação do rating.
Maziad também mencionou o impacto positivo de reformas estruturais feitas em governos anteriores, que contribuíram para a expansão do PIB.
Concluindo, a vice-presidente mostrou otimismo em relação à trajetória da dívida pública brasileira e às metas fiscais estabelecidas. Ela acredita que o aumento de receita previsto para os próximos anos, combinado com os cortes de despesas anunciados pelo governo, está em linha com os objetivos orçamentários e o saldo primário desejado.
Mesmo que o mercado preveja um aumento no déficit, Maziad considera que o governo deve conseguir entregar um resultado primário semelhante ao de 2023.
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O que é um grau de investimento?
O grau de investimento é uma classificação dada por agências de risco para indicar se um país ou empresa é considerado seguro para receber investimentos. É como uma “nota” que mostra a saúde financeira e a capacidade de pagar suas dívidas.
Quando um país ou empresa tem o grau de investimento, isso significa que os investidores, como bancos e fundos, veem menos risco em emprestar dinheiro para eles, porque acreditam que vão receber de volta o que foi emprestado.
Agências como a Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s são as responsáveis por dar essas notas. Elas analisam a economia, as contas públicas, o crescimento e outros fatores. Se o país tem boa administração, estabilidade e cuida bem de suas finanças, ele pode ganhar ou manter o grau de investimento. Isso faz com que investidores de todo o mundo se sintam mais confiantes para colocar seu dinheiro ali.
Para o cidadão comum, isso é importante porque, quando o país tem essa classificação, ele consegue empréstimos com juros mais baixos. Isso pode se refletir em mais investimentos no país, gerando empregos e estimulando a economia.
Por outro lado, se o país perde o grau de investimento, o custo de pegar empréstimos aumenta, e isso pode gerar consequências negativas, como menos investimentos e crescimento econômico mais lento.
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