O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, declarou nesta quinta-feira (25) que os dados do Caged de agosto vão apontar continuidade no crescimento do emprego formal no Brasil. Segundo ele, os números confirmam a criação de novas vagas, mas em um compasso mais lento do que vinha sendo registrado nos meses anteriores.
“O Caged de agosto vem crescendo de novo, mas abaixo do ritmo que vinha crescendo anteriormente. Mês passado já cresceu abaixo do ritmo, desacelerou. Continua desacelerando”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, do CanalGov.
A análise de Marinho mostra que, embora o mercado de trabalho siga aquecido, fatores externos estão pesando sobre a velocidade dessa expansão. Entre eles, o patamar elevado da taxa básica de juros, que, segundo ele, dificulta investimentos e a abertura de novos postos de trabalho.
Críticas ao Banco Central e juros em 15%
Durante a entrevista, o ministro responsabilizou diretamente o Banco Central pela desaceleração no ritmo de geração de empregos. Para ele, manter a Selic em 15% ao ano é uma decisão equivocada.
Marinho foi enfático ao dizer que é “irresponsável” a autoridade monetária não iniciar o quanto antes um processo de redução dos juros. “Esse ambiente de juros altos é um impeditivo para a gente olhar um trimestre mais vigoroso. Será um bom trimestre, acredito que o crescimento do PIB está garantido, mas é preciso que o Banco Central inicie muito rapidamente a redução de juros”, destacou.
A ata mais recente do Copom indica que o BC pretende manter a Selic elevada por um longo período, com o objetivo de conter a inflação. Apesar disso, projeções do boletim Focus apontam que a taxa pode cair para 12,25% até o fim de 2026.
Perspectivas para 2025 e além
O ministro também apresentou suas expectativas para os próximos anos. Segundo ele, em 2025 o Brasil deve registrar a criação líquida de cerca de 1,5 milhão de empregos formais.
“Este ano acho que já está dado, vamos aí talvez ter um saldo da ordem de 1,5 milhão de empregos formais no Brasil”, disse Marinho. Ele acrescentou que uma eventual flexibilização monetária ainda em 2025 serviria de sinal positivo para o mercado e para a trajetória da economia em 2026.
Em julho, os números do Caged mostraram a abertura de 129.775 vagas formais — o resultado mais fraco desde março. Ainda assim, o saldo acumulado de janeiro a julho foi de 1,3 milhão de postos de trabalho criados, demonstrando que, mesmo em um cenário de juros elevados, a economia brasileira tem mantido algum fôlego para gerar empregos.
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