No dia seguinte à sua posse como presidente da Argentina, Javier Milei nomeou sua irmã, Karina Milei, como secretária-geral do governo. Para fazê-lo, Milei teve que revogar um decreto que proibia o nepotismo, criado pelo ex-presidente Mauricio Macri em 2018.
Este decreto estipulava que parentes diretos ou indiretos, até o segundo grau, do presidente, vice-presidente, ministros, chefes de gabinete e outros membros do alto escalão do governo, não poderiam ser nomeados para cargos públicos.
O papel da secretária-geral do governo é auxiliar o presidente na formulação de políticas públicas, além de participar de tarefas cerimoniais e protocolares.
Conhecida como “El Jefe”, Karina Milei foi uma figura crucial para a eleição de Javier Milei como presidente argentino. Ela atuou como mentora dele e foi responsável por determinar quem teria acesso ao então candidato durante a campanha eleitoral.
De acordo com o jornal Clarín, Karina é a pessoa mais próxima de Milei e tem a confiança do atual presidente. Além de escolher Karina para o cargo de secretária-geral do governo, Javier Milei também a nomeou como primeira-dama do país.
Javier Milei não é casado, mas tem um relacionamento amoroso com a humorista Fátima Flórez.
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Quem é Karina Milei?
Karina Milei, irmã de Javier Milei e dois anos e meio mais nova, tem sido a força motriz por trás da imagem do presidente.
Formada em Relações Públicas, Karina foi a principal responsável pela construção da imagem de Javier durante a campanha. Com um estilo que lembra um rockstar, caracterizado por longas costeletas, cabelo despenteado e casaco de couro, ela se tornou a referência para Javier.
Os Milei, que são os únicos filhos da família, cresceram no bairro de Villa Devoto, na capital Buenos Aires. Desde os primeiros debates de Javier como economista, Karina já o acompanhava.
A importância de Karina na vida política de Javier Milei é inegável. O presidente da Argentina já fez várias homenagens a ela. Em uma ocasião, ele usou uma analogia religiosa para descrever seu papel:
“Você sabe que Moisés era um grande líder, mas não era bom em propagar. Então, Deus enviou Orón para espalhar a palavra. Kari é o Moisés e quem divulga sou eu. Eu sou apenas um divulgador”, disse o líder argentino.
Apesar de Karina Milei não ter feito muitas aparições públicas até agora, o cargo que ela ocupa é de grande importância. Embora seu poder de decisão possa não ser equivalente ao de um ministro, ela mantém o mesmo status e é uma das pessoas mais próximas ao presidente.
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Primeiras-damas que se tornaram presidentes da Argentina
Embora seja um cargo simbólico, na Argentina, as primeiras-damas têm grande representatividade, já que há casos de primeiras-damas que posteriormente se tornaram presidentes.
Isabelita Perón, terceira esposa de Juan Domingo Perón, um dos líderes mais importantes do país e que deu origem ao termo peronismo, acumulou as funções de primeira-dama e vice-presidente da Argentina nas eleições de 1973.
Após a morte de Perón em 1974, Isabel tornou-se presidente da Argentina entre 1974 e 1976, até que os militares assumiram o governo por meio de um golpe de estado.
Outra primeira-dama que se tornou presidente foi Cristina Kirchner, esposa do ex-presidente Néstor Kirchner. Ela governou o país em dois mandatos presidenciais entre 2007 e 2015. Além disso, Cristina era vice-presidente da Argentina durante o mandato de Alberto Fernandez (2019-2023).
O início do período kirchnerista foi marcado por um crescimento econômico impulsionado pelo boom das commodities. No entanto, com gastos públicos descontrolados e inflação elevada, a popularidade da ex-presidente caiu drasticamente na Argentina.