Javier Milei assumiu a presidência da Argentina neste domingo (10) e, em seu primeiro discurso, destacou a grave situação do país, indicando a necessidade de adotar medidas drásticas na economia.
O país sofre com inflação altíssima (mais de 140% em 12 meses), desvalorização da moeda nacional, falta de reservas em dólar, endividamento e aumento da pobreza.
Ao longo da campanha, Milei falou em dolarizar a economia, extinguindo o peso argentino, e acabando com o Banco Central. No discurso da vitória, no entanto, ele não mencionou exatamente o que fará, mas disse que a crise exige “medidas drásticas”.
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No mesmo dia, o recém-empossado presidente assinou seu primeiro decreto oficializando a redução do número de ministérios de seu governo para 9, em comparação aos 18 existentes na gestão anterior de Alberto Fernández.
Os nomes dos ministros já eram conhecidos antes da posse e foram anunciados progressivamente desde o segundo turno, ocorrido em 19 de novembro.
Milei confirmou que, dos 9 ministérios, 2 serão designados como “superministérios”, unindo funções de diversos órgãos para otimizar a gestão governamental.
- O novo Ministro da Economia, Luis Caputo, é reconhecido como o “Messi da economia” devido ao seu papel no retorno da Argentina aos mercados internacionais e financiamento externo. Sua trajetória inclui experiência no setor privado, notadamente no JP Morgan e Deutsche Bank, além de ter ocupado cargos importantes no governo de Mauricio Macri.
- Patricia Bullrich, que assume a pasta da Segurança, é conhecida como a “dama de ferro argentina” e tem uma longa carreira política, incluindo o cargo de ministra da Segurança no governo anterior de Macri. Apesar de suas raízes políticas ligadas à esquerda, ela se apresenta como uma figura de centro-direita. Foi candidata à presidêcia no primeiro turno, tendo declarado apoio a Milei no segundo turno.
- O Ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, é advogado e conhecido por sua atuação em casos jurídicos importantes, incluindo a representação do ex-empresário de Diego Maradona. Ele é descrito como alguém com “uma cabeça diferente” e também exerce funções como advogado e conselheiro em clubes de futebol.
- Guillermo Ferraro, responsável pela Infraestrutura, possui uma ampla experiência na área econômica e participou ativamente na política, coordenando a fiscalização nacional durante a campanha de Milei em 2023.
- Diana Mondino, nova chanceler argentina, é economista e possui uma trajetória no setor privado, incluindo passagens por empresas internacionais. Suas opiniões sobre temas como mercado de órgãos e casamento homoafetivo geraram controvérsias.
- Sandra Pettovello, jornalista, assume o Ministério de Capital Humano, abrangendo Desenvolvimento Social, Saúde, Trabalho e Educação. Seu perfil inclui atuações em psicologia laboral e vocacional, além de experiência em mídia.
- Guillermo Francos, com uma extensa trajetória política, assumirá o Ministério do Interior. Ele foi representante da Argentina no BID e ocupou cargos políticos relevantes desde a década de 1980.
- O Ministério da Defesa ficará a cargo de Luis Petri, advogado e ex-deputado, que também concorreu como vice-presidenciável nas eleições de 2023.
- Mario Russo, médico formado, assume o Ministério da Saúde, trazendo experiência em gestão de saúde municipal e atuação em organizações sem fins lucrativos.
O governo de Milei na presidência da Argentina inicia com a promessa de medidas drásticas e uma equipe ministerial diversificada para enfrentar os desafios econômicos e sociais enfrentados pelo país.