O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado em Teerã, segundo anunciou a Guarda Revolucionária do Irã na manhã desta quarta-feira (31). O Hamas responsabilizou Israel pelo ataque e prometeu uma resposta.
Haniyeh era visto como uma figura relativamente mais moderada dentro da organização, pois liderava as negociações de cessar-fogo e era o rosto dos esforços diplomáticos regionais do grupo. Ele foi nomeado chefe da ala política do Hamas em 2017 antes de se mudar para exílio no Catar, em 2019.
Haniyeh estava em Teerã para a cerimônia de posse do novo presidente, junto com outros membros do Hamas e do Hezbollah, quando foi atingido.
O líder supremo iraniano, aiatolá Khamenei, disse em um comunicado que “o regime sionista criminoso e terrorista preparou o terreno para uma punição severa com esta ação”, em ameaça direta a Israel.
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Líder do Hamas assassinado: Israel havia anunciado que Haniyeh era alvo
Israel havia prometido eliminar Haniyeh e outros líderes do Hamas em resposta ao ataque do grupo que resultou na morte de 1.200 pessoas e no sequestro de cerca de 250 outras.
O Hamas declarou que Haniyeh foi morto “em um ataque aéreo em sua residência em Teerã, após participar da posse do novo presidente do Irã”.
Em comunicado, o grupo afirmou: “O Hamas declara ao grande povo palestino e às nações árabes e islâmicas que o irmão líder Ismail Haniyeh é um mártir”.
Em outra declaração, o Hamas citou Haniyeh, afirmando que a causa palestina implica “custos” e que estão preparados para esses sacrifícios em nome da Palestina e da dignidade da nação.
Haniyeh deixou a Faixa de Gaza em 2019 e passou a viver no exílio no Catar. O principal líder do Hamas em Gaza, Yehya Sinwar, foi o responsável pelo ataque de 7 de outubro, que deu início aos conflitos atuais.
Em abril, um ataque aéreo israelense em Gaza resultou na morte de quatro netos de Haniyeh. Na época, Haniyeh afirmou que tais ações não pressionariam o Hamas a suavizar suas posições nas negociações de cessar-fogo com Israel.
O incidente acontece em meio a crescentes hostilidades com o Hezbollah e enquanto os EUA tentam mediar um cessar-fogo entre Hamas e Israel.
Desde o início do conflito entre Israel e Hamas em outubro, mais de 39.360 palestinos foram mortos e mais de 90.900 ficaram feridos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, cuja contagem não diferencia civis e combatentes.
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