O Hamas, grupo extremista islâmico armado, reivindicou a autoria dos ataques que resultaram em centenas de mortos e feridos em Israel no último sábado (7). Esta organização é uma das maiores entre os grupos islâmicos que operam nos territórios palestinos, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Fundado em 1987 por um dissidente da Irmandade Muçulmana, o Hamas é uma sigla que representa o Movimento de Resistência Islâmica. Suas três principais ideias fundadoras incluem a promoção da religião, prática de caridade (um preceito do Islã) e a luta contra Israel.
No final dos anos 1980, o grupo surgiu como uma resposta à resistência palestina contra o controle militar israelense sobre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
O Hamas possui tanto uma ala política quanto uma militar, sendo que desde 2007 controla a Faixa de Gaza. A Cisjordânia, outro território palestino, está sob o domínio da Autoridade Palestina, embora o Hamas mantenha presença na região, sem controle efetivo.
O Hamas recusa até hoje reconhecer o direito de Israel existir como uma nação, defendendo, com base em interpretações do Islã, a criação de um Estado Palestino e a retirada dos judeus da região. Suas ações recentes envolvem ataques com mísseis, atentados a soldados e civis israelenses, bem como o sequestro de reféns.
Em 2005, o Hamas venceu as eleições legislativas em Gaza, região anteriormente controlada pelo Fatah – outra organização política e militar, fundada em 1959 por Yasser Arafat e outros membros da diáspora palestina, sendo a maior facção da Organização para a Libertação da Palestina.
Em 2007, após a retirada dos dirigentes do Fatah de Gaza, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza. Outros grupos atuantes na região incluem a Jihad Islâmica, que frequentemente faz alianças com o Hamas.

Histórico de ataques recentes entre Hamas e Israel
- 2014: O Hamas sequestrou e matou três israelenses, o que marcou o início de um confronto que deixou mais de 1.881 palestinos e 60 israelenses mortos.
- 2018: Israel atacou a Faixa de Gaza depois de uma série de protestos, resultando em 170 mortes.
- 2021: Disputas em Jerusalém deixaram 200 palestinos e 10 israelenses mortos.
- 2022: Depois de ataques em cidades israelenses, os militares de Israel mataram 166 palestinos na Cisjordânia.
Por que o Brasil não chama do Hamas de grupo terrorista?
Apesar de países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e as nações da União Europeia classificarem o grupo palestino Hamas como terrorista, esse ainda é um tema que divide a comunidade internacional.
Brasil, China, Rússia, Turquia, Irã e Noruega, por exemplo, não adotam essa classificação.
A justificativa, afirma o Governo, é que historicamente o governo brasileiro só aceita classificar uma organização como sendo terrorista se ela for considerada assim pela ONU – o que não é. Mesmo em governos passados, já se aventou alterar a denominação do grupo, mas nada foi efetivamente feito a respeito.
“O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável, convivendo em paz e segurança com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, disse o Itamaraty em nota divulgada após os ataques do último sábado.
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