A zona do euro divulgou nesta sexta-feira (17) o Índice de Preços ao Consumidor (CPI em inglês), calculado pelo Eurostat, agência de dados oficial da região. A inflação ao consumidor veio em linha com a expectativa, com alta de 0,8% em fevereiro, e de 8,5% na base anual.
Em janeiro, a inflação na zona do euro foi de 8,6% na base anual.
Na União Europeia, a inflação anual é de 9,9%, de 10% de janeiro. Comparativamente, a inflação anual era de 6,2% há um ano.
A maior contribuição para alta de preços veio de comida, bebidas alcoólicas e tabaco (3,1 ponto porcentual), seguido de serviços (2,02 p.p.) e produtos industriais não-energéticos (1,74 .p.) e energia (1,64 p.p.).

A menor taxa dentre os países da região foi verificada em Luxemburgo (4,8%), Bélgica (5,4%) e Espanha (6%). A maior taxa veio de Hungria (25,8%), Letônia (20,1%) e República Checa (18,4%).

Dado de inflação vem após subida de juros
Na quinta-feira (17), o Banco Central Europeu decidiu por manter o ritmo da política monetária, aumentando os juros em 50 pontos-base.
“O setor bancário da zona do euro é resiliente”, afirmou o comunicado do BCE, deixando de lado a crise bancária e afirmando que não abre mão do combate a inflação.
Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, chama atenção para a entrevista de Christine Lagarde, presidente do BCE, após o comunicado.
“Ela manteve todas as opções abertas para a próxima decisão e disse de forma explícita que não sabe o que pode ocorrer até lá, assumindo que talvez o risco da questão bancária possa influenciar”, avalia.
Porém, ela disse também que para cada objetivo há uma ferramenta diferente: a política monetária para o combate ao processo inflacionário e as medidas de liquidez para questões bancárias – como a que o Federal Reserve (Fed) adotou quando houve a quebra do Silicon Valley Bank e do Signature Bank – e a do próprio Banco da Suíça com relação ao Credit Suisse.
“Então, existem chances de novas altas nos juros, até porque a inflação permanece muito elevada”, complementa.

A decisão do BCE dá ao mercado indício de que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, também poderá manter a alta de juros na próxima quarta-feira (22). A expectativa dominante do mercado é que o Fed eleve os juros em 25 pontos-base.
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