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Apesar da crise bancária, Banco Central Europeu eleva a taxa de juros em 50 pontos-base

Apesar da crise bancária, Banco Central Europeu eleva a taxa de juros em 50 pontos-base

O Banco Central Europeu – BCE – decidiu elevar a taxa de juros em 0,50 ponto percentual. A decisão ocorre em meio à crise dos bancos que se alastrou pela Europa. Mas o banco europeu diz estar vigilante a qualquer perigo maior para a economia da região.

Com a decisão de hoje, a taxa de refinanciamento passa de 3% para 3,50%; a taxa de empréstimos sobe de 3,25% para 3,75%; e a taxa de depósito passa de 2,50% para 3%.

A autoridade monetária europeia informou que as projeções que balizaram o aumento dos juros foram feitas antes da crise recente, mas pontuou que o sistema bancário da região é considerado resiliente.

Informou ainda que o clima de incerteza amplia a importância de tomada de decisão baseada em dados e que a busca segue pelo retorno da inflação à meta de 2% ao ano.

Além disso, o BCE informou também que está monitorando a situação dos bancos e do mercado e, caso necessário, agirá para conter qualquer aprofundamento da crise dos bancos.

“O conjunto de instrumentos de política monetária do BCE permite inteiramente proporcionar, se necessário, apoio em termos de liquidez ao sistema financeiro da zona do euro e preservar a transição suave da política monetária”, informou comunicado do BCE.

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Com relação aos dados econômicos, o BCE revisou para cima a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 para 1%. Para o ano que vem, está estimada em 1,6%.

“Ao mesmo tempo, as pressões subjacentes sobre os preços permanecem fortes. A inflação, excluindo os itens voláteis (preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares), continuou a subir em fevereiro e os especialistas do BCE esperam que seja, em média, de 4,6% em 2023, valor que é mais elevado do que as projeções de dezembro”, ressaltou o comunicado.

BCE: crise possibilitaria de alta de 0,25

Diante da crise, havia a expectativa de que a autoridade monetária da zona do euro desacelerasse a alta para 0,25 ponto, o que acabou não se confirmando. Na última reunião, o BCE havia decido expandir a taxa de juros em 0,50 ponto porcentual, o que ocorre novamente agora.

O CPI da zona do euro, um dos principais índices inflacionários subiu 0,8% em fevereiro, segundo divulgou o Eurostat em sua última leitura. Essa alta ocorre após a queda de 0,2% verificada em janeiro.

Na base anual, a alta foi 8,5%, contra 8,6% em janeiro. O consenso era de uma elevação de 8,2%, ficando então acima do esperado pelo mercado. Já o núcleo do CPI avançou 5,6%, ante uma projeção de 5,3%. Em janeiro, o núcleo havia sido de 5,3%.

PIB ficou estável no quarto trimestre de 2022

Outro indicador econômico relevante, o Produto Interno Bruto (PIB), ficou estável no último trimestre do ano passado na zona do euro. A projeção era de alta de 0,1%.

Já o PIB da União Europeia como um todo caiu 0,1% no último trimestre de 2022. No consolidado do ano passado, o PIB da zona do euro e de Europa, como um todo, subiram 3,5%, tendo uma desaceleração com relação ao ano anterior, quando havia sido de 5,3% e 5,4%, respectivamente.

Decisão derruba mercados

A decisão do BCE derrubou os mercados. Na Europa, a bolsa de Londres passou a cair 0,21%; em Frankfurt, há queda de 0,48%; em Paris, a bolsa cai 0,12%; e a Stoxx 600 tem retração de 0,52%. O petróleo intensificou as quedas: o brent passou a cair 1,49% para US$ 72,65 e o WTI tem recuo de 1,69%, a US$ 66,47.

Impacto sobre o Fed

A decisão desta quinta-feira do BCE dá ao mercado indício de que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, também poderá manter a alta de juros na próxima quarta-feira (22).

A expectativa dominante do mercado é que o Fed eleve os juros em 25 pontos-base, levando em conta que Jerome Powell, presidente do banco central, alertou que a inflação segue preocupante e que os juros terminais ficarão, possivelmente, acima do projetado inicialmente, ultrapassando os 5,5% ao ano.

Fora isso, a crise bancária deflagrada pela quebra do Silicon Valey Bank e do Signature, recebeu amparo imediato, não só do Fed, mas também do Tesouro Americano, o que deve, dentro de alguns dias, conter o receio do risco sistêmico.

Tá, e aí?Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, disse que a decisão do BCE vinha envolvida em dúvida se seria uma alta de 0,50 ponto ou de 0,25 – prevalecendo a primeira opção. Mas em sua comunicação, a presidente do banco, Christine Lagarde, não deu detalhes sobre os próximos passos no combate à inflação.

“Ela manteve todas as opções abertas para a próxima decisão e disse de forma explícita que não sabe o que pode ocorrer até lá, assumindo que talvez o risco da questão bancária possa influenciar”, avaliou.

Porém, Kautz lembrou que a presidente do BCE disse também que para cada objetivo há uma ferramenta diferente: a política monetária no combate ao processo inflacionário e medidas de liquidez para questões bancárias – como a que o Federal Reserve (Fed) adotou quando houve a quebra do Silicon Valley Bank e do Signature Bank – e do próprio Banco da Suíça com relação ao Credit Suisse.

“Então existem chances de novas altas nos juros até porque a inflação permanece muito elevada e precisa fazer com que caia”, comentou.

Com isso, o economista-chefe da EQI Asset aponta que o BCE possa fazer um aumento de 0,25 na próxima reunião em vez de uma parada súbita nos juros.

Sobre o Fed, inclusive, Kautz também trabalha com a possibilidade da autoridade monetária norte-americana elevar os juros na próxima semana também em 0,25 ponto. “O mercado de trabalho tem sido a grande preocupação: não tem desacelerado e inflação permanece alta”, completou.

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