O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a elevar o tom contra a China na segunda-feira (25), ao ameaçar impor uma tarifa de 200% sobre produtos chineses caso Pequim não assegure o fornecimento de ímãs de terras raras essenciais para a indústria americana.
A declaração foi feita pouco antes da reunião com o presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung.
“A China precisa fornecer ímãs aos EUA ou teremos de cobrar uma tarifa de 200% ou algo parecido. Teremos muitos ímãs em um curto período, talvez cerca de um ano”, disse Trump.
O republicano acrescentou que conversou recentemente com o presidente Xi Jinping e admitiu a possibilidade de visitar a China ainda este ano, possivelmente em companhia do líder sul-coreano.
“Se eu jogasse minhas cartas, destruiria a China; não vou fazer isso”, afirmou.
PublicidadePublicidade
Ímãs de terras raras: disputa estratégica
A ameaça de Trump se soma à escalada da guerra comercial e tecnológica entre as duas maiores economias do mundo. A China, que domina a extração e o refino das terras raras, incluiu em abril os ímãs na lista de produtos sob restrição de exportação, em resposta às sanções impostas por Washington.
As terras raras englobam 17 elementos químicos fundamentais para tecnologias de ponta, como smartphones, turbinas eólicas, veículos elétricos, equipamentos médicos e sistemas militares.
Os ímãs mais potentes são fabricados a partir de neodímio e samário, com aplicações que vão da eletrônica de consumo a foguetes.
O papel do Brasil
Segundo o Serviço Geológico dos EUA, o Brasil detém a segunda maior reserva de terras raras do planeta — cerca de 21 milhões de toneladas —, atrás apenas da China. Apesar disso, o país ainda exporta a maior parte dos minerais em estado bruto, sem agregar valor industrial.
O governo brasileiro aposta em projetos para reverter esse cenário. Entre as iniciativas em curso estão o Projeto MagBras, voltado à criação de uma cadeia nacional de produção de ímãs permanentes, e um fundo de R$ 1 bilhão para pesquisa mineral. Também estão previstos R$ 5 bilhões em chamadas públicas do BNDES, Finep e Ministério de Minas e Energia (MME) para estimular plantas industriais.
“O Brasil tem uma janela de oportunidade para desenvolver uma robusta indústria de processamento de terras raras, aproveitando sua oferta de energia limpa e competitiva”, destacou o MME em nota.
Leia também:
- Quais países já têm acordo com os EUA e de quanto é a taxa?
- EQI Research: tarifa de 50% tem impacto menor que o esperado, graças à ampla lista de exceções
- Macroeconomia em tempos não convencionais: juros altos, IA e cenário político desafiam investidores
- EQI Investimentos se prepara para atuar na originação de crédito
- Ricardo Cará assume liderança da EQI Wealth Management em nova fase da corretora
- André Esteves: “A carteira saudável é aquela que se beneficia dos juros enormes de hoje”
- As vantagens de investir no exterior com a EQI
