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Negociações com EUA seguem “vagarosamente” para evitar tarifas de 50%, diz Haddad

Negociações com EUA seguem “vagarosamente” para evitar tarifas de 50%, diz Haddad

Ministro da Fazenda afirma que governo tem plano de contingência pronto e critica oposição por “atrapalhar” tratativas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (29) que as negociações para evitar a tarifa de 50% anunciada pelo presidente americano Donald Trump contra produtos brasileiros prosseguem “vagarosamente”, mas sem interrupção. A medida está prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º de agosto).

Em entrevista à CNN Brasil, Haddad revelou que o governo brasileiro aguarda maior clareza de Washington sobre quais produtos serão efetivamente atingidos pelas tarifas para então definir as ações de resposta. 

“Nós desconhecemos a medida que vai ser tomada. E nem da parte deles há total clareza”, disse o ministro, citando declarações contraditórias de autoridades americanas sobre possíveis exceções para café, manga e produtos da Embraer.

Plano de contingência já está pronto

O ministro informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já recebeu um “menu” de medidas de curto, médio e longo prazo, elaborado conjuntamente pelos ministérios da Fazenda, Relações Exteriores, Casa Civil e Desenvolvimento. 

Entre as opções estão linhas de crédito emergenciais para empresas mais afetadas, similares ao auxílio concedido a companhias gaúchas após os eventos climáticos, além de ações estruturantes para diversificar mercados e fortalecer exportações.

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“Quando o presidente considerar oportuno tomar uma decisão, ele vai tomar. Elas já estão desenhadas para isso. Quando ele falar ‘eu quero isso’, vai sair em 24, 48 horas”, garantiu Haddad.

Críticas à oposição e defesa da soberania

Durante a entrevista, o ministro direcionou duras críticas à oposição, acusando-a de prejudicar as negociações. “A oposição só está atrapalhando; está levando água para o moinho de quem quer nos taxar, em vez de defender interesses nacionais”, declarou, fazendo referência específica aos filhos de Jair Bolsonaro, Flávio e Eduardo.

Haddad também defendeu uma postura de “altivez” e “soberania” nas negociações, contrastando com o que chamou de “governo vira-lata” dos últimos quatro anos. O ministro chegou a mencionar o episódio envolvendo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na Casa Branca, sugerindo que Lula precisa ter “segurança” caso ocorra um telefonema com Trump.

Trabalho desde maio

O ministro revelou que o governo trabalha na questão desde maio, quando as tarifas ainda eram de 10%, e contou com a ajuda do economista Armínio Fraga para estabelecer contatos com Scott Bessent, secretário do Tesouro americano. Haddad enfatizou que o vice-presidente Geraldo Alckmin está “100% do tempo dedicado às negociações”.

Sobre possíveis retaliações, o ministro preferiu o termo “medidas de reação cabíveis”, ressaltando que qualquer resposta deve respeitar acordos internacionais e a Organização Mundial do Comércio (OMC), além de não encarecer preços para o consumidor brasileiro.

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