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Haddad fala em queda de juros e reforma tributária como ferramenta de justiça social

Haddad fala em queda de juros e reforma tributária como ferramenta de justiça social

Durante entrevista ao ICL Notícias na manhã desta terça-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um panorama dos desafios e oportunidades que o Brasil enfrenta no cenário econômico atual.

Dentre os principais temas, o ministro falou sobre a reforma tributária e a taxa de juros, atualmente em 15%.

Haddad e a reforma tributária

A reforma tributária foi apresentada pelo ministro como peça fundamental para o combate à desigualdade social no país. Haddad enfatizou que o Brasil está implementando transformações históricas em seu sistema fiscal.

“O fato de superarmos o caos tributário com a reforma tributária é uma grande coisa”, declarou o ministro, contextualizando a importância das mudanças em curso. Segundo ele, o país vive um momento único para enfrentar distorções estruturais que se perpetuaram por décadas.

Críticas às políticas tarifárias americanas

Sobre as recentes medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos, o ministro foi crítico.

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“Foi uma decisão impensada. Tarifar commodity não faz sentido. Isso encarece o café da manhã, o almoço e o jantar dos americanos”, afirmou Haddad, destacando que tais políticas prejudicam diretamente os consumidores norte-americanos.

O ministro revelou que o impacto sobre as exportações brasileiras foi menor do que inicialmente esperado.

“Dois terços das exportações brasileiras não foram afetadas”, informou, demonstrando a capacidade de diversificação dos mercados brasileiros e a resiliência da economia nacional diante de pressões externas.

Transição no Banco Central e gestão monetária

Abordando a transição na presidência do Banco Central, de Roberto Campos Neto para Gabriel Galípolo, Haddad falou que o momento foi complexo e que esta é uma “história que ainda vai ser contada”.

O ministro sugeriu que a Selic não deveria estar em 15%, mas demonstrou otimismo quanto a futuros cortes.

“Penso que o Galípolo vai chegar num momento em que ele vai juntar a diretoria e tomar essa decisão. Ele tem os quatro anos de mandato dele e ele, na minha opinião, vai entregar um resultado consistente para o Brasil”, disse.

Reforma tributária como ferramenta de justiça social

O ministro detalhou os aspectos sociais da reforma tributária, enfatizando seu papel no combate à desigualdade.

“Do ponto de vista tributário estamos corrigindo enormes distorções: um imposto sobre consumo absurdo, uma guerra fiscal entre estados absurda, uma deterioração da base fiscal do orçamento federal, uma quantidade enorme de isenções, fruto de lobbies e interesses particulares, nós estamos revendo tudo”, afirmou Haddad.

A questão da distribuição de renda também foi abordada.

“Estamos entre os dez piores países de distribuição de renda do mundo”, reconheceu, destacando a urgência das mudanças em curso.

Expansão do acesso ao ensino superior

Haddad também abordou os avanços na educação, área em que atuou anteriormente como ministro.

“O acesso à universidade vai fazer com que uma nova consciência cívica possa representar uma nova mudança”, afirmou, conectando a democratização do ensino superior com transformações sociais mais amplas.

O ministro ressaltou que “começar a agenda de combate à desigualdade talvez seja mais difícil do que seguir com ela”, reconhecendo os desafios inerentes às mudanças estruturais, mas mantendo o otimismo quanto aos resultados a longo prazo.

Perspectivas para a isenção do Imposto de Renda

Sobre as mudanças no Imposto de Renda, Haddad revelou expectativas positivas.

“Eu penso que o presidente vai sancionar em outubro a lei dos R$ 5 mil. Ou seja, nós vamos para 20 milhões de pessoas que vão deixar de pagar imposto com esse mandato. Este ministério da Fazenda será o que mais isenção deu na história do Brasil”, projetou o ministro.

A reforma tributária, segundo Haddad, representa mais do que ajustes técnicos no sistema fiscal. Ela simboliza uma “mudança de paradigma na forma como o Estado brasileiro aborda a questão da desigualdade social, utilizando o sistema tributário como instrumento de justiça social e desenvolvimento econômico sustentável”.

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