Em mais um capítulo de possível distensão da guerra tarifária, a China isentou, nos últimos dias, as tarifas sobre as importações de etanol dos Estados Unidos, segundo informações da agência Reuters. Embora a decisão ainda não tenha sido anunciada oficialmente por Pequim, a medida pode aliviar a pressão sobre empresas chinesas que utilizam etano — derivado do etanol — na produção de produtos petroquímicos, setor que depende fortemente da matéria-prima importada.
A isenção é vista como uma tentativa de amenizar os custos para a indústria local em meio a uma economia chinesa que ainda enfrenta desafios pós-pandemia, especialmente nos setores industrial e exportador. A decisão também pode ser interpretada como um gesto técnico em um momento de relativa estabilidade nas relações comerciais entre os dois países, após a tensão iniciada no tarifaço de Donald Trump, presidente dos EUA.
Guerra tarifária: montadoras poderão ter alívio
No lado norte-americano, Trump deve assinar nos próximos dias uma ordem executiva que concederá alívio parcial às montadoras que produzem veículos em território norte-americano. A informação foi confirmada pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick.
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Segundo Lutnick, a medida permitirá que as montadoras recebam créditos de até 15% sobre o valor dos veículos montados nos EUA. Esses créditos poderão ser usados para abater parte dos custos com peças importadas, minimizando o impacto das novas tarifas de 25% impostas recentemente pela própria gestão Trump sobre componentes estrangeiros.
As duas decisões refletem movimentos estratégicos em mercados sensíveis. No caso dos EUA, o alívio às montadoras acontece em um contexto de disputa pela reindustrialização e pela competitividade da indústria automobilística nacional, enquanto a China busca mitigar pressões da guerra tarifária e manter suas cadeias produtivas funcionando a pleno vapor.