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Apesar das incertezas, investir em dólar é o mais seguro, aponta estrategista da Avenue

Apesar das incertezas, investir em dólar é o mais seguro, aponta estrategista da Avenue

Em meio à nova escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, impulsionada pelas tarifas agressivas anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump e as retaliações de China, Canadá e União Europeia, investidores vivem dias de tensão e incerteza. Em live promovida na terça-feira (8) pela EQI Investimentos com a Avenue, o estrategista-chefe da corretora internacional, William Castro Alves, alertou para as incertezas e os riscos do momento — mas também destacou oportunidades estratégicas para quem quer investir em dólar com foco no longo prazo.

“Estamos vivendo um momento de pânico no mercado, e nesses momentos, a racionalidade dá lugar à emoção. Isso costuma abrir janelas importantes”, afirma Castro Alves.

Tarifas de Trump e o momento de investir em dólar

O pano de fundo da recente volatilidade nas bolsas globais é o chamado “tarifaço” de Trump. O presidente norte-americano voltou a defender políticas protecionistas com tarifas sobre produtos estrangeiros, algumas superando 100%, como é o caso de certos itens importados da China. A retaliação chinesa não demorou, com tarifas de 84% anunciadas nesta quarta (9), e o clima de confronto se intensificou.

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Segundo o estrategista-chefe, o impacto no mercado foi imediato: “O mercado esperava tarifas médias de 10% — o que já não agradava. Mas os números vieram bem acima disso, com produtos atingindo até 104% de tarifa. Isso mudou completamente o cenário.”

Estagflação e recessão no radar

O estrategista explicou que as tarifas afetam diretamente os lucros corporativos, os preços ao consumidor e a dinâmica do comércio global. Com menos fluxo comercial e aumento nos custos de produção, a economia norte-americana começa a mostrar sinais de desaceleração. A inflação, por sua vez, pode se intensificar, criando um ambiente propício à temida estagflação — quando ocorre baixa atividade econômica combinada com inflação elevada.

Empresas como a Apple já anunciam estratégias para driblar as tarifas, como transferir parte da produção da China para a Índia.

“Mas a atividade ainda está forte nos EUA, o desemprego segue baixo. No entanto, os sentimentos do consumidor e do empresariado americano já caíram bastante”, explica Castro Alves. “O medo existe. A pergunta é: isso vai se traduzir em menor consumo?” Se sim, aí o risco de recessão se materializa.

O papel do Fed e o dilema dos juros

Outro ponto crítico é a atuação do Federal Reserve. Com a inflação em alta por conta das tarifas, o espaço para corte de juros, que poderia estimular a economia, torna-se limitado. William destacou o impasse do presidente do Fed, Jerome Powell: “Ele está em uma sinuca de bico, sem saída. Tem que conter a inflação, mas também precisa manter a economia girando. É difícil.”

A especulação em torno de possíveis cortes nas taxas básicas aumentou, mas, segundo William, o movimento recente de queda nos yields dos títulos americanos parece mais reflexo da busca por proteção do que de uma aposta clara em cortes futuros.

E o que fazer agora?

Apesar da incerteza rondando os EUA, William reforçou a importância da diversificação e da exposição a ativos internacionais, principalmente em dólar.

“O dólar é o porto seguro global. Mesmo quando a crise vem dos próprios Estados Unidos, como em 2008 ou agora, o dólar se fortalece. Quem está em moeda forte está mais protegido”, diz.

Ele lembra que sempre que se investe em dólar surge a dúvida no investidor de qual o momento certo para comprar. A resposta: “Compre dólar sempre, em qualquer situação. Pior é ficar sem dólar”, recomenda.

“No pânico, o mundo compra treasuries, papéis do Tesouro Americano. Ah, mas o perigo não é nos EUA? É, mas ainda assim é para lá que o dinheiro vai nas crises. Estaciona o dinheiro em Treasury durante o pânico, para depois ver o que acontece”, complementa.

Ele recomenda aos investidores cautela, mas não paralisia. “Ações de empresas sólidas, como as de baixa volatilidade e as “aristocratas dos dividendos”, diz, tendem a sofrer menos. E setores não cíclicos, como saúde e utilidades, têm mostrado resiliência.

Investir em dólar, apesar das tarifas: momento de oportunidade

Para investidores com perfil mais agressivo e foco de longo prazo, a queda recente pode representar um ponto de entrada atrativo. “Empresas como Google estão negociando a 15 vezes lucro. Se o investidor tem horizonte de 3 anos, pode fazer sentido começar a montar posição” — com parcimônia e rebalanceando ao longo do tempo.

William concluiu com um alerta que resume o espírito da live: “Mesmo com receio, estar no mercado é mais importante do que tentar acertar o timing para entrar nesse mercado”, aponta, destacando a importância de sempre ter uma estratégia clara, diversificada e global.

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