Vivendo de Renda com Ações
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Bolsa argentina tem pior desempenho no ano

Bolsa argentina tem pior desempenho no ano

A bolsa argentina, representada pelo índice S&P Merval, acumula até 30 de setembro o pior desempenho entre os mercados globais neste ano. Segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria, conduzido por Einar Rivero, o índice registra queda de 30% em moeda local e de 47,12% em dólares.

Em um cenário onde a maior parte das bolsas mundiais obteve resultados positivos, o mercado argentino foi o único a apresentar uma retração tão acentuada.

Enquanto isso, os mercados da América Latina avançaram com força. A Colômbia lidera os ganhos com o índice Msci Colcap, que subiu 35,72% em moeda local e 53,14% em dólares.

O Peru também apresentou desempenho expressivo, com o S&P/BVL General subindo 31,40% e 41,97% nas respectivas moedas. O México, por sua vez, viu o IpyC crescer 27,07% nominalmente e 44,06% em dólares.

Nos EUA, os principais índices também tiveram desempenho positivo: o Nasdaq subiu 17,34%, o S&P 500 avançou 13,72% e o Dow Jones acumulou 9,06% de alta no mesmo período.

Publicidade
Publicidade

O que está por trás do colapso da bolsa argentina

A reversão drástica no desempenho da bolsa argentina pode ser parcialmente explicada por uma realização de lucros, já que em 2024 o S&P Merval foi um dos índices que mais subiu globalmente.

No entanto, fatores políticos têm pesado ainda mais. Escândalos envolvendo o governo de Javier Milei e incertezas sobre a condução da política fiscal reduziram a confiança dos investidores.

A situação se agravou após uma derrota expressiva de Milei na província de Buenos Aires, em meio à queda de popularidade nas pesquisas às vésperas das eleições legislativas, marcadas para 26 de outubro.

Diante das pressões políticas, o presidente recuou em medidas de austeridade e aprovou projetos que aumentaram os gastos públicos. Isso gerou mais desvalorização do peso argentino, provocando intervenção do banco central e levantando preocupações sobre o esgotamento das já limitadas reservas internacionais.

Outro sinal de alerta para o mercado tem sido o aumento da diferença entre o câmbio oficial e o paralelo, que atingiu seu nível mais alto desde abril. Um breve alívio ocorreu no fim de setembro, após promessas de apoio financeiro dos Estados Unidos e um gesto direto de Donald Trump.

O peso argentino chegou a se valorizar 5,02% frente ao dólar, impulsionado também por uma medida emergencial do governo: a redução temporária de impostos sobre a exportação de soja, que trouxe cerca de US$ 7 bilhões ao país.

Contudo, essa trégua durou pouco. Uma foto divulgada pela Associated Press mostrou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, trocando mensagens em que recebia críticas à política argentina sobre a soja — com a China, principal compradora, sendo mencionada. O episódio reacendeu a desconfiança no mercado, fazendo o peso argentino perder quase 5% desde então.

Nesta quinta-feira (2), a moeda estabilizou-se em 1.450 pesos por dólar, segundo o Banco Nación. Ainda assim, o cenário segue volátil. Bessent anunciou por meio da rede X que o Tesouro norte-americano está pronto para colaborar com a política econômica de Milei e confirmou uma reunião nos próximos dias com o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, para discutir os detalhes da possível ajuda.