O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira acreditar que foi alcançado um acordo para encerrar a guerra em Gaza, após conversas com Israel e países árabes. A declaração ocorreu em Washington, às margens de um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, o líder israelense exigiu a libertação dos reféns sequestrados em 7 de outubro de 2023 e ainda mantidos em cativeiro. Netanyahu também prometeu “perseguir até o fim” aqueles que se recusarem a atender ao ultimato.
“Acho que temos um acordo. Parece que temos um acordo sobre Gaza, acho que é um acordo que permitirá recuperar os reféns, será um acordo que dará fim à guerra”, disse Trump a repórteres na Casa Branca, sem fornecer mais detalhes.
Guerra em Gaza: Trump havia sugerido posse do território para Israel
Não é a primeira vez que o republicano assegura que o conflito está próximo do fim. No início do ano, ele havia prometido que a guerra terminaria “em um futuro próximo”, também sem especificar as condições para isso. Trump já chegou a sugerir que Israel entregasse o controle de Gaza aos Estados Unidos, o que permitiria a remoção total da população palestina do território.
Nesse cenário, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair surge como um dos principais nomes para liderar uma autoridade de transição em Gaza, informou a BBC. A proposta, que teria apoio da Casa Branca, prevê a formação de um governo temporário liderado por Blair, com respaldo da ONU e de países do Golfo, e que, em seguida, transferiria o controle para os palestinos.
O escritório do ex-premier, no entanto, enfatizou que ele não apoiará qualquer iniciativa que envolva o deslocamento da população local.
No começo do ano, Netanyahu, afirmou que a proposta do presidente dos Estados Unidos, de transferir a população palestina para fora de Gaza é “o único plano viável para permitir um futuro diferente” para a região.
Netanyahu reiterou que a emigração de Gaza deve ocorrer de forma “voluntária”, embora grupos de direitos humanos critiquem a proposta, afirmando que as condições no território tornam a saída coercitiva.
O premiê enfatizou que ele e Trump compartilham uma “estratégia comum” para Gaza. Segundo Netanyahu, “os portões do inferno se abrirão” caso o grupo Hamas não liberte os reféns restantes, sequestrados durante o ataque ao sul de Israel.