O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou no sábado (7) que a autoridade monetária entrará na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) com todas as alternativas em consideração. Segundo ele, o atual cenário exige “flexibilidade e cautela” na condução da política de juros.
Durante sua participação no Fórum Esfera, realizado no Guarujá (SP), Galípolo destacou que a conjuntura global e doméstica é marcada por elevada incerteza, o que torna inadequado qualquer movimento abrupto em uma política monetária que já se encontra em território contracionista.
“Nossa comunicação tem reiterado que as palavras-chave são flexibilidade e cautela”, declarou. “Flexibilidade significa que vamos para a próxima reunião com todas as opções sobre a mesa, analisando os dados disponíveis. Cautela reflete o ambiente de grande incerteza, no qual não se justifica agir de forma brusca.”
Ele também ressaltou a insatisfação do Banco Central com a inflação acima da meta, reforçando o compromisso da instituição em conduzi-la de volta ao centro da meta de 3%. Galípolo acrescentou que o BC continuará atuando na defesa da estabilidade do real.
Gabriel Galípolo: próxima reunião acontece dias 17 e 18
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 17 e 18 de junho. Na reunião anterior, em maio, o comitê elevou a taxa Selic em 50 pontos-base, levando-a a 14,75% ao ano, e sinalizou que as decisões futuras seguirão sendo guiadas por uma postura de avaliação contínua dos dados econômicos.
O mercado segue dividido quanto ao rumo da Selic neste mês. A probabilidade de novo aumento da Selic subiu de 14,25% para 62% em menos de uma semana. A EQI Asset projeta que haverá elevação de 25 pontos-base, com taxa básica de juros alcançando 15%.
Sinalização fiscal positiva
Questionado sobre as negociações em torno do decreto que elevou o IOF, Galípolo considerou positiva a articulação entre Executivo e Congresso em busca de alternativas. Ele classificou esse diálogo como um bom sinal para a sustentabilidade fiscal do país.
“A boa notícia é essa disposição de Executivo, Legislativo e setor privado de avançar numa agenda estrutural que sinalize responsabilidade com a dívida e as contas públicas”, afirmou.