Invista no seu carro com inteligência
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Fux diz que faltam provas de tentativa de fuga de Bolsonaro

Fux diz que faltam provas de tentativa de fuga de Bolsonaro

O ministro Luiz Fux foi o único voto contrário na decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob suspeita de obstrução de justiça e tentativa de fuga.

Para Fux, faltam provas concretas que justifiquem as restrições determinadas pelo relator do caso, Alexandre de Moraes. A divergência expôs um racha dentro da Corte, em um dos processos mais sensíveis envolvendo o ex-mandatário.

Tornozeleira, recolhimento e redes sociais: medidas em debate

As medidas confirmadas pelo STF incluem o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno nos dias úteis e integral nos fins de semana, proibição de uso de redes sociais e restrição de contato com outros investigados e representantes estrangeiros.

O argumento central da decisão de Moraes, apoiado por outros três ministros da Turma, é que Bolsonaro estaria articulando uma possível fuga e tentando interferir no andamento das investigações.

Fux: “Direitos fundamentais estão sendo restringidos sem base concreta”

No voto vencido, Fux afirmou que as medidas são desproporcionais, atingindo liberdades fundamentais sem respaldo suficiente. Ele destacou que o ex-presidente tem endereço fixo, passaporte retido e que não há indícios objetivos de uma tentativa real de fuga. “Não se vislumbra nesse momento a necessidade, em concreto, das medidas cautelares impostas”, afirmou.

O ministro também criticou a proibição de uso das redes sociais, defendendo que essa medida colide frontalmente com a liberdade de expressão.

Contexto político e investigação da PF

A decisão de Moraes se baseia em informações da Polícia Federal (PF) e em parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo os investigadores, Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro teriam atuado para mobilizar apoio do governo dos Estados Unidos e influenciar decisões do STF, numa tentativa de barrar as investigações sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Durante buscas recentes autorizadas por Moraes, a PF apreendeu US$ 14 mil na casa de Bolsonaro e realizou diligências na sede do Partido Liberal, em Brasília. A defesa do ex-presidente reagiu com indignação, classificando as medidas como “surpreendentes e indignas”, alegando que ele sempre cumpriu as decisões judiciais.

Isolado, mas firme

A postura isolada de Fux dentro da Primeira Turma — composta também por Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino — mostra que, mesmo em minoria, há resistência no STF quanto à extensão e justificativa das punições aplicadas.

Para Fux, as alegações de tentativa de fuga de Bolsonaro ainda carecem de materialidade suficiente para justificar medidas invasivas.

A decisão final mantém Bolsonaro sob monitoramento integral por GPS e silenciado nas redes.

Leia também: