O Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou que o aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve ter efeito reduzido na economia nacional. A conclusão faz parte do relatório Regional Economic Outlook para o Hemisfério Ocidental.
Segundo o FMI, o impacto das tarifas dos EUA sobre o Brasil tende a ser moderado porque os Estados Unidos representam apenas o terceiro principal destino das exportações brasileiras, respondendo por cerca de 12% do total. Além disso, apenas 36% dos produtos exportados pelo país foram diretamente atingidos pelas novas medidas, já que diversos itens receberam isenções.
O fundo também destacou que muitos dos bens afetados são commodities, cuja demanda global facilita o redirecionamento para outros mercados, minimizando os prejuízos ao comércio exterior. Esse fator, segundo o relatório, deve ajudar a preservar o equilíbrio das contas externas brasileiras.
Tarifas dos EUA: projeção moderada sobre o Brasil
Mesmo com o cenário de resiliência no comércio, o FMI manteve a projeção de crescimento mais moderado para o Brasil, estimando avanço de 2,4% no PIB de 2025. A instituição também prevê inflação de 4,9% no acumulado de 12 meses até o final do próximo ano, resultado acima do intervalo da meta estabelecida pelo Banco Central.
No começo do mês, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump conversaram via videoconferência, no que marcou o primeiro diálogo direto entre os líderes desde o anúncio de tarifas dos EUA com exceções sobre produtos brasileiros.
A conversa foi articulada pelo Itamaraty e pela Casa Branca durante o fim de semana, representando uma tentativa de ambos os países de encontrarem uma saída negociada para a escalada da guerra comercial que ameaça setores estratégicos da economia brasileira.
O presidente brasileiro falou diretamente do Palácio da Alvorada, acompanhado de uma equipe estratégica para o encontro virtual. Participaram da videoconferência o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Internacionais) e Sidônio Palmeira (Secom).
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