A tensão entre EUA x Venezuela tem crescido de forma intensa nos últimos meses, desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu empreender uma guerra contra o narcotráfico. Dessa forma, ele elegeu o regime do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, como principal oponente.
Nesta semana, helicópteros e bombardeiros das Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram voos próximos ao território venezuelano, segundo relatos da imprensa internacional. As movimentações sugerem uma nova escalada na ofensiva do governo Trump contra o regime de Maduro, causando instabilidade na região e elevando a tensão nos mercados.
De acordo com o jornal americano The Washington Post, uma análise de imagens publicadas em redes sociais indica que helicópteros de ataque MH-6 Little Bird e MH-60 Black Hawk sobrevoaram, no início de outubro, áreas do Mar do Caribe próximas a plataformas de petróleo e gás. As aeronaves teriam voado ao largo da costa nordeste de Trinidad e Tobago, a cerca de 145 quilômetros da fronteira marítima da Venezuela.
EUA x Venezuela: sem relações desde 2019
O jornal britânico The Daily Mail também relatou, na quarta-feira (15), que três bombardeiros estratégicos B-52H Stratofortress norte-americanos sobrevoaram a região próxima ao espaço aéreo venezuelano, segundo dados de rastreamento de voos.
Washington e Caracas seguem sem relações diplomáticas formais desde 2019, quando, ainda no primeiro mandato de Donald Trump, os Estados Unidos reconheceram o então líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela. A decisão ocorreu após a Assembleia Nacional venezuelana se recusar a validar a reeleição de Nicolás Maduro.
Naquele período, o governo americano impôs uma série de sanções econômicas contra Caracas, e Trump chegou a declarar publicamente que uma intervenção militar seria “uma opção” para promover uma mudança de regime. Mesmo após a posse de Joe Biden, o rompimento diplomático foi mantido, e as restrições contra o governo venezuelano continuaram em vigor.
Em julho deste ano, uma troca de prisioneiros entre os dois países chegou a gerar expectativas de uma possível reaproximação, mas o gesto foi rapidamente seguido por novas tensões. Poucos dias depois, Washington classificou o grupo Cartel de los Soles como organização terrorista internacional, alegando que seria liderado por Maduro e representaria uma ameaça à segurança dos Estados Unidos.
Em comunicado, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que Maduro fraudou as eleições para se manter no poder e reforçou que os EUA não o reconhecem como presidente legítimo da Venezuela. Segundo o jornal The New York Times, Trump teria assinado uma diretriz sigilosa autorizando o Pentágono a empregar força militar contra cartéis latino-americanos identificados como organizações terroristas.
A escalada continuou em agosto, quando o Departamento de Estado dobrou a recompensa por informações que levassem à prisão de Maduro, de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões. No dia seguinte, a procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, publicou um vídeo na rede X acusando o líder venezuelano de ser um dos principais chefes do narcotráfico mundial e de manter vínculos com os cartéis Tren de Aragua e Sinaloa.
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