A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcançou 53,7%, o pior índice desde janeiro de 2024, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (30) pela AtlasIntel. O aumento na rejeição à gestão petista ocorre após a revelação de um esquema de fraudes e desvios envolvendo aposentadorias e pensões do INSS.
A imagem negativa do presidente cresceu sete pontos percentuais em comparação à pesquisa anterior, de abril, atingindo 54% do eleitorado. Já a aprovação caiu de 46,1% para 45,4% no mesmo período.
A percepção de corrupção como o principal problema do país superou a criminalidade, saltando de 47% das menções em abril para quase 60% em maio. A crise no INSS parece ter intensificado esse sentimento entre os entrevistados.
A inversão na avaliação do governo começou em novembro do ano passado. Em abril de 2024, Lula ainda tinha mais aprovação (50,3%) do que desaprovação (43,4%). Contudo, o cenário se deteriorou, e em março já havia um quadro semelhante ao atual, com desaprovação em 53,6% e aprovação em 44,9%.
Desaprovação ao governo: grupos com maior rejeição
A maior taxa de desaprovação se concentra entre os evangélicos (72%), pessoas com ensino médio completo ou incompleto (63,8%), cidadãos com renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil (60,9%) e indivíduos entre 35 e 44 anos (69,8%).
Avaliação geral do governo
Atualmente, 52,1% dos brasileiros avaliam o governo Lula como ruim ou péssimo — aumento em relação aos 47,7% registrados em abril.
A avaliação positiva, que considera a gestão ótima ou boa, subiu levemente de 40,2% para 41,9%. Já os que veem o governo como regular diminuíram de 9,6% para 6%.
Desde dezembro, a avaliação negativa tem superado a positiva de forma consistente.
Sobre a pesquisa
O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de maio com 4.399 pessoas, por meio de recrutamento digital aleatório via internet. A margem de erro é de um ponto percentual, com nível de confiança de 95%.
Os dados fazem parte do relatório “Latam Pulse”, uma parceria entre AtlasIntel e Bloomberg que acompanha mensalmente a situação política, social e econômica de países latino-americanos como Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru.
Corrupção é o maior problema do país
Quando perguntados sobre os maiores problemas do Brasil, 59,5% dos entrevistados citaram a corrupção — em abril, esse número era de 47%.
Em seguida vieram criminalidade e tráfico de drogas, com 50,2% das menções (queda em relação aos 55% anteriores). Economia e inflação foram mencionadas por 29,4% (eram 31%).
Riscos e desafios no horizonte
Sobre os principais riscos para os próximos seis meses, 57% consideram “muito provável” o surgimento de novos escândalos de corrupção. Também são vistos como ameaças prováveis o aumento da violência ligada a facções criminosas (52%) e o crescimento de furtos e assaltos (45%).
Perspectivas econômicas
A população está dividida quanto ao futuro da economia: 45% acreditam que a situação vai melhorar, enquanto 44% esperam piora e 11% preveem estabilidade. O cenário é parecido no que diz respeito ao emprego: 42% esperam melhora, 41% preveem piora e 17% acreditam que tudo continuará como está.
Erros de Lula mais apontados pelo público
Entre os principais equívocos atribuídos ao governo Lula, o mais citado foi a taxação de compras de até US$ 50 em sites internacionais — apelidada de “taxa das blusinhas” — mencionada por 64% dos entrevistados.
Outro ponto criticado foi a polêmica envolvendo as transações via Pix.
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