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EUA aplicam tarifas a barras de ouro

EUA aplicam tarifas a barras de ouro

Os EUA decidiram impor tarifas de importação sobre barras de ouro suíças de 1 kg e 100 onças, afetando diretamente o formato mais negociado na Comex, principal mercado futuro do metal. A mudança ameaça o papel da Suíça como o maior centro de refino de ouro do mundo e já provocou impactos imediatos nos preços internacionais.

A decisão foi oficializada em carta da Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) datada de 31 de julho, determinando que esses formatos sejam classificados sob o código 7108.13.5500 — sujeito a tarifas — e não no 7108.12.10, que é isento. O setor esperava que essas barras continuassem livres das taxas, mantidas desde o governo Trump, mas a nova interpretação alterou o cenário.

Preços disparam após anúncio

Logo após a divulgação da medida, os contratos futuros de ouro para dezembro na Comex atingiram o recorde intradiário de US$ 3.534,20 por onça-troy, recuando para US$ 3.490,80 no fechamento, mas ainda com alta de 1,1% no dia. Esse movimento reflete não apenas a pressão imediata da tarifa, mas também um mercado já aquecido por fatores como inflação persistente, preocupações com a dívida pública dos EUA e expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve.

Nos últimos 12 meses até junho, a Suíça exportou cerca de US$ 61,5 bilhões em ouro para os EUA. Agora, parte desse volume poderá gerar até US$ 24 bilhões adicionais em tarifas. Algumas refinarias suíças já reduziram ou suspenderam embarques, temendo que a incerteza regulatória inviabilize negócios.

Impacto na rota global do ouro

O comércio internacional do ouro segue um fluxo triangular: barras de 400 onças circulam entre Londres e Nova York via Suíça, onde são cortadas em tamanhos menores. O formato de 1 kg, com dimensões próximas às de um smartphone, é o mais requisitado no mercado americano.

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Com as novas tarifas, as tarifas das barras de ouro não são apenas um ajuste fiscal — são “um golpe” na logística global do metal, podendo redirecionar fluxos comerciais e encarecer a entrega para compradores nos EUA, segundo Christoph Wild, presidente da Associação Suíça de Fabricantes e Comerciantes de Metais Preciosos, ao Financial Times.

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