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Copom decide manter a taxa Selic em 10,50% por unanimidade

Copom decide manter a taxa Selic em 10,50% por unanimidade

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano (a.a.). A decisão foi divulgada após o término da reunião, nesta quarta-feira (19), e foi por decisão unânime, com 9 votos a favor da manutenção.

De acordo com o comitê, a decisão unânime ocorreu por conta do cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, além de elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas que demandam maior cautela por parte da autoridade monetária.

Em comunicado, o colegiado informou ainda que o ambiente externo mantém-se adverso, em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países.

Além disso, o comitê disse que em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo maior do que o esperado.

“A inflação cheia ao consumidor tem apresentado trajetória de desinflação, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, informou o Copom.

As projeções de inflação feitas pelo Copom em seu cenário de referência situam-se em 4,0% em 2024 e 3,4% para 2025.

Já as projeções para a inflação de preços administrados são de 4,4% em 2024 e 4,0% em 2025. Em cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante ao longo do horizonte relevante, as projeções de inflação situam-se em 4,0% para 2024 e 3,1% para 2025, de acordo com o comunicado.

Cenários de riscos para inflação

O Comitê informou ainda que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se fatores como: maior persistência das pressões inflacionárias globais; e maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.

Já entre os riscos de baixa, ressaltam-se uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado. “O Comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional seguem mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária”, informou outro trecho do comunicado.

Copom: fala de Lula causou ruído na véspera

A decisão do Copom desta quarta foi cercada de suspense. Parte do mercado acreditava na possibilidade de novo corte de 25 pontos-base, enquanto outra parte apostava na manutenção dos juros em 10,5% ao ano, mas com placar unânime.

Na véspera, uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adicionou novas tensões ao cenário.

Em entrevista à rádio CBN, Lula afirmou que a atuação da autoridade monetária está “desajustada” e que seu presidente não demonstra “nenhuma capacidade de autonomia”, mas sim um “lado político” e um esforço em “prejudicar o país”.

Copom: ambiente é de incerteza

O novo cenário para a política monetária é de incerteza, em grande parte pela expectativa de adiamento do início de corte de juros nos Estados Unidos – agora, parte do mercado crê em 1 corte ainda em 2024, e há quem veja espaço para 2 cortes. E juros altos por lá tendem a dificultar o ciclo de corte por aqui.

Já no Brasil, foi ligado o alerta do risco fiscal. A divisão na decisão de juros da reunião anterior do Copom, entre diretores indicados pelo atual governo e os indicador pela gestão anterior, fez com que investidores questionassem se o Banco Central continuará firme na luta contra a inflação após a saída de Roberto Campos Neto da presidência da autarquia monetária – seu mandato acaba em 31 de dezembro.

Além disso, a mudança na meta de resultado primário, de superávit para déficit zero em 2025, trouxe dúvidas sobre a sustentabilidade do novo arcabouço fiscal. O foco do governo no aumento da arrecadação e não no corte de gastos para ajustar as contas públicas preocupa o mercado.

De acordo com a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal que consulta analistas de mercado, a expectativa é de que a taxa básica de juros permaneça em 10,5% até o final de 2024. Este cenário marca uma mudança em relação às projeções de um mês atrás, quando a previsão era de que a Selic encerrasse o ano em 10%.

Tá, e aí?Stephan Kautz, economia-chefe da EQI Asset

Stephan Kautz, economia-chefe da EQI Asset, avaliou que o fato da decisão ter sido tomada por unanimidade representou o ponto sensível na comunicação do Copom, mostrando que apesar das divergências recentes, houve um alinhamento em toda a diretoria.

Com isso, foi divulgado um comunicado considerado ponderado por ele, falando que a questão fiscal será observada pelo colegiado e os impactos que recairão sobre a economia. “Não pesaram a mão na política fiscal, não soaram nenhum alarme ou alguma preocupação adicional e falaram em interromper o ciclo de corte”, avaliou ele.

Kautz disse que, ao fazer apenas uma pausa na trajetória dos juros, o Copom deixou uma porta aberta para a retomada do ciclo de queda nas próximas reuniões, porém de maneira mais suave.

Confira o comentário completo abaixo:

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