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Cop 30: saiba tudo sobre o evento

Cop 30: saiba tudo sobre o evento

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (Cop 30) será realizada no Brasil, na cidade de Belém (Pará), entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. Trata-se do maior encontro global promovido pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para debate e negociação entre governos, sociedade civil, setor privado e cientistas sobre mudanças climáticas. Antes disso, nos dias 6 e 7 de novembro, ocorre a cúpula de chefes de estado.

A Cop 30 representa uma ocasião relevante para avaliar onde o mundo está em termos de metas climáticas, quais os próximos passos e como avançar na prática. De acordo com estudos da UNFCCC, a implementação do Acordo de Paris está em curso, mas precisa acelerar em várias frentes.

O Brasil, ao sediar o evento, assume compromissos de liderança: fortalecimento do multilateralismo, realização de uma conferência com foco em justiça climática, conservação da floresta amazônica — e, sobretudo, destacar a importância da Amazônia para o clima global. A escolha de Belém, na região amazônica, confere ao evento um simbolismo maior.

As autoridades brasileiras — entre elas Marina Silva (ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima) e o presidente da Cop 30, André Corrêa do Lago — já firmaram que a agenda do evento inclui desmatamento zero até 2030, transição energética justa e mobilização de recursos financeiros para conservação florestal.

Rio Guamá e a cidade de Belém ao fundo Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Cop 30: agenda principal e eixos temáticos

Os eixos da Cop 30 englobam:

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  • Preservação de florestas tropicais, com destaque à Amazônia.
  • Transição energética — uso de biocombustíveis, energia limpa, combustíveis de transição.
  • Financiamento climático: como mobilizar recursos para mitigação e adaptação.
  • Participação e justiça climática — comunidades locais, povos indígenas e grupos vulneráveis aos impactos da mudança do clima.

Um dos instrumentos centrais será o Tropical Forests Forever Fund (TFFF), mecanismo voltado a viabilizar recursos para conservação de florestas tropicais. O Brasil e a Indonésia já aportaram recursos iniciais. O fundo destinará 20% dos recursos diretamente a povos indígenas e comunidades locais.

Além disso, será realizada a Cúpula do Clima de Belém, nos dias 6 e 7 de novembro, como evento preparatório à Cop 30.

Participação de chefes de Estado

A Cop 30 atrairá dezenas de líderes mundiais, negociadores, representantes de ONGs e do setor privado. Segundo o site oficial, a agenda de “Summit of Heads of State” (Cúpula de Chefes de Estado) deverá acolher vários presidentes.

Entretanto, importantes ausências já se confirmam: os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, não comparecerão ao evento — o que gera preocupações sobre a abrangência e eficácia das negociações, considerando o peso dessas duas nações nas emissões globais.

Essa lacuna pode impactar não apenas o simbolismo da Cop 30, mas também a capacidade de se fechar acordos ambiciosos com participação plena das maiores economias. O próprio presidente da Cop 30, André Corrêa do Lago, já reconheceu que “definir o caminho à frente sem os Estados Unidos” será um dos grandes desafios do evento.

Por outro lado, alguns países já confirmaram presença de seus primeiros-ministros ou presidentes. Por exemplo, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, confirmou que vai participar da Cop 30.

A escolha de Belém como sede da Cop 30 é simbólica — primeira vez que a conferência será realizada na floresta amazônica —, mas também impõe desafios significativos. A cidade normalmente dispõe de cerca de 14.000 a 18.000 leitos de hotel, enquanto o evento espera cerca de 50.000 participantes.

O governo brasileiro ofereceu cabines de cruzeiro gratuitas para delegações de países de baixa renda, a fim de garantir que estivessem presentes.

Na estrutura organizacional, a Cop 30 introduziu inovações como os “Círculos” temáticos (Circle of Presidents, Circle of Finance Ministers, etc) e maior protagonismo de sociedade civil e comunidades locais.

O que está em jogo

Segundo analistas, a Cop 30 tem cinco expectativas principais:

  1. Países entregarem planos climáticos (NDCs) mais ambiciosos.
  2. A transição de adaptação ao clima ganhar forma prática.
  3. Escalar e transformar o financiamento climático global.
  4. O fundo de Perdas e Danos (Loss and Damage) avançar de desenho para entrega.
  5. Comemorar os dez anos do Acordo de Paris com uma virada de promessa para implementação.

Para o Brasil, há uma agenda interna de transformação ecológica que inclui: uso crescente de biodiesel e outras fontes de energia limpa, políticas voltadas a municípios em emergência climática (quase 1.942 municípios).

A “Cop 30 da Amazônia” e o legado esperado

A ambientação na Amazônia eleva o peso simbólico: a maior floresta tropical do mundo é central para o equilíbrio climático global. Como afirmou Marina Silva: “A intenção é que não negligenciemos algo que pode significar a destruição das condições em que a vida nos foi dada.”

O embaixador Corrêa do Lago destacou que 75% da Amazônia é urbana — realidade pouco conhecida — e que a Cop 30 permitirá “que o mundo e o próprio Brasil entendam melhor a região”.

Esse enfoque busca não só tratar da mitigação de emissões, mas também da adaptação, da justiça climática e da inclusão das comunidades locais e indígenas.

O TFFF representa um legado que o Brasil almeja entregar à comunidade internacional: um mecanismo de financiamento que valoriza quem conserva florestas tropicais, e que destina parte dos recursos diretamente a povos locais.

Possíveis obstáculos e riscos

Apesar das ambições, há riscos reais:

  • A ausência dos EUA e da China pode reduzir o alcance das decisões ou gerar fragmentação entre blocos.
  • A infraestrutura de Belém estará sob pressão — o risco de alojamento caro, logística complicada ou falhas poderá prejudicar a realização completa do evento.
  • A transição entre discurso e ação ainda é lenta: muitos compromissos firmados internacionalmente não avançaram suficientemente.

A Cop 30, marcada para 10 a 21 de novembro de 2025 em Belém, assume um papel estratégico no ciclo climático global. Como o mundo comemora dez anos do Acordo de Paris, é imperativo que as decisões façam a transição de promessa para prática.

O Brasil, como anfitrião, aposta na Amazônia como palco simbólico e real da urgência climática. No entanto, sem a presença de países-chave como Estados Unidos e China, o sucesso depende da capacidade de mobilização coletiva e da força de novas coalizões.

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