O Brasil abriu 147,3 mil postos de trabalho com carteira assinada em agosto, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo é resultado de 2,24 milhões de contratações e 2,09 milhões de desligamentos.
Apesar do avanço, o número representa queda de 38% em relação a agosto do ano passado, quando foram abertas cerca de 239 mil vagas. É o pior resultado para o mês desde a criação do novo Caged, em 2020, e reforça a tendência de desaceleração do mercado de trabalho formal.
O salário médio de admissão no período ficou em R$ 2.295,01. Do total de empregos gerados, 75,1% são considerados típicos, enquanto 24,9% foram classificados como não típicos. No acumulado do ano, o país já soma 1,5 milhão de novas vagas formais.

Caged por setores e estados
O setor de serviços liderou a geração de empregos em agosto, com a criação de 81 mil postos, seguido por comércio (32,6 mil), indústria (19 mil) e construção (17 mil). O único segmento com saldo negativo foi a agropecuária, que registrou 2,6 mil demissões, sobretudo no processamento industrial do fumo no Rio Grande do Sul.
Entre as unidades da federação, 25 dos 27 estados apresentaram saldo positivo. São Paulo puxou a fila com 45 mil vagas abertas, seguido por Rio de Janeiro (16,1 mil) e Pernambuco (12,6 mil). Apenas Rio Grande do Sul e Roraima registraram mais desligamentos do que contratações.
Declaração do ministro do Trabalho
Antes da divulgação oficial, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já havia antecipado que os dados confirmariam a criação de novas vagas, mas em ritmo menor. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, ele afirmou que “o Caged de agosto vem crescendo de novo, mas abaixo do ritmo que vinha crescendo anteriormente. Mês passado já cresceu abaixo do ritmo, desacelerou. Continua desacelerando”.
Marinho destacou que, embora o mercado de trabalho siga aquecido, fatores externos seguem limitando a expansão, entre eles o elevado patamar da taxa básica de juros, que dificulta investimentos e reduz a abertura de novos postos formais.
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