Vivendo de Renda com Ações
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Gabriel Galípolo diz que ainda há muito esforço para ser feito pelo BC

Gabriel Galípolo diz que ainda há muito esforço para ser feito pelo BC

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (29) que, apesar dos avanços recentes, ainda há “muito esforço a ser feito” para assegurar a convergência da inflação para a meta de 3%. A declaração foi dada durante evento promovido pelo Itaú BBA, em São Paulo, onde o dirigente reforçou a mensagem de cautela da autoridade monetária.

Gabriel Galípolo em palestra no Macro Vision. Foto: reprodução

Segundo Galípolo, o Banco Central não pode se guiar por fatores isolados ou pelo sentimento de mercado, mesmo diante de uma sequência de deflação e da melhora nas expectativas. “O comando que o BC recebe é para colocar a inflação em 3%. Você vai dosar o remédio em função do indicador que está olhando, e o indicador que a gente está olhando é a meta”, disse.

Gabriel Galípolo: política monetária e juros elevados

O presidente do BC reconheceu que a taxa Selic permanece em patamar elevado, atualmente em 15%, mas afirmou que a manutenção dos juros altos reflete a necessidade de prudência em um ambiente econômico ainda marcado por incertezas. “O BC não pode agir com emoção”, reforçou.

De acordo com ele, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de segurar a Selic demonstra a postura de esperar mais sinais consistentes sobre a trajetória da inflação. “Entramos em uma nova fase, focada em aguardar e reunir evidências sobre a convergência da inflação para a meta”, destacou, em referência ao que já havia sido indicado na ata da última reunião.

Ancoragem de expectativas

Galípolo frisou que o papel central da política monetária é ancorar as expectativas. “Cabe ao Banco Central ancorar as expectativas com uma política restritiva suficiente”, afirmou. Para o dirigente, essa postura é essencial para consolidar o processo de estabilidade de preços no médio prazo.

Publicidade
Publicidade

Além da política monetária, Galípolo comentou sobre a dinâmica recente do mercado de trabalho e do câmbio. Segundo ele, o país atravessa o melhor momento do mercado de trabalho das últimas três décadas, um resultado que atribuiu tanto a fatores conjunturais quanto ao impacto de reformas estruturais implementadas nos últimos anos.

No câmbio, avaliou que o enfraquecimento recente do dólar frente ao real tem respondido mais ao ciclo da política monetária do que a fatores externos isolados, refletindo os efeitos da taxa de juros sobre o fluxo de capitais.

Sistema financeiro sólido

O presidente do BC também destacou a robustez do sistema financeiro nacional. Para ele, o setor é “super sólido”, embora discussões sobre regulação e supervisão façam parte do processo natural de adaptação às inovações. “É preciso fazer os ajustes conforme a inovação vai revelando as necessidades desses ajustes”, afirmou.

No conjunto, as falas de Galípolo reforçam a sinalização de que a política monetária restritiva será mantida até que a convergência da inflação para a meta de 3% seja percebida de forma clara e consistente. A mensagem busca transmitir confiança ao mercado de que o Banco Central seguirá vigilante diante de pressões inflacionárias, mesmo em meio a sinais de melhora em alguns indicadores.

Como foi a última decisão do Copom

Na última decisão, em 17 de setembro, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. A decisão, que já era amplamente esperada pelo mercado, representa a segunda manutenção consecutiva do patamar, reforçando a avaliação de que o cenário econômico ainda exige prudência.

Em comunicado divulgado após a reunião, o Copom destacou que o ambiente externo continua marcado por incertezas, sobretudo em função da política econômica dos Estados Unidos e da volatilidade nos mercados globais, amplificada por tensões geopolíticas. Segundo o colegiado, esse contexto impõe desafios adicionais a países emergentes como o Brasil.