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BC: Campos Neto admite surpresa por alta da inflação

BC: Campos Neto admite surpresa por alta da inflação

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu ter recebido com surpresa dos índices inflacionários durante o mês de marco, em especial o IPCA de 1,62% anunciado na última sexta-feira (8). A taxa foi a maior para um mês de março desde 1994 (42,75%), antes da implantação do Plano Real.

Em evento para investidores nesta segunda-feira, Campos Neto afirmou que já esperava uma inflação maior que nos meses anteriores, impactada especialmente pelo reajuste dos combustíveis. O índice, porém, veio maior que o esperado, segundo ele, devido a outros fatores, como vestuário e alimentação.

O presidente do BC disse ainda que a instituição, responsável pelo controle monetário no país e pelo combate à inflação, tem sido transparente ao comunicar seu processo, especialmente com as atas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Juros em alta e possível correção de rota

Nos últimos meses, o Copom tem promovido a alta da Selic, a taxa básica de juros, como principal arma no enfrentamento da inflação. A taxa está em 11,75%, e a sinalização é de mais uma subida, para 12,75%, na próxima reunião, em maio.

Nesta segunda-feira, no entanto, Roberto Campos Neto admitiu que o BC vai analisar a conjuntura e pode corrigir essa rota, deixando a porta aberta para eventuais novos aumentos. No entanto, disse que esses fatores serão comunicados no momento adequado.

Metas

Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto para cima ou para baixo. Assim, ela será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Mas só o IPCA acumulado dos três primeiros meses já atingiu 3,2%.

Como o processo de controle por meio dos juros funciona especialmente no médio e longo prazo, o próprio BC e o mercado financeiro já estimam inflação acima dos 6% para o ano, impacto, principalmente, da alta dos combustíveis, estimulada pela instabilidade no prço do petróleo, que só aumentou após a invasão da Rússia à Ucrânia.

Para o próximo ano, o mercado financeiro estimou, há algumas semanas atrás, uma inflação de 3,80%. A meta fixada pelo BC é de 3,25%.

Inflação mundial

Roberto Campos Neto disse ainda durante o evento que a pressão inflacionária tem sido muito forte ao redor do mundo, inclusive em países como os Estados Unidos, onde o Fed sinaliza também um aumento na taxa de juros. E disse que o Brasil está se recuperando de uma sequência de choques no cenário internacional, ainda no impacto da pandemia de covid-19 e do cenário de recuperação apontado após a retirada das restrições de circulação.

Segundo o presidente do BC, o consumo de bens aumentou ao passo que o de serviços caiu. O fim da pandemia levou ao teste de uma tese que o aumento do consumo era um choque de oferta e, portanto, que havia um aumento temporário de inflação.

Além disso, vários itens estavam no máximo da produção, e o deslocamento da oferta de bens levou a um deslocamento na demanda por energia. Segundo ele, essa “inflação de energia” foi agravada pelo cenário da guerra entre Rússia e Ucrânia.

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