A Angola deixa a Opep. O país anunciou nesta quinta-feira (21) sua saída da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) após 16 anos de adesão, em meio a uma disputa sobre cotas de produção.
O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, comunicou a decisão durante a décima reunião ordinária do Conselho de Ministros, liderada pelo Presidente angolano, João Lourenço.
A saída de Angola reduzirá o número de membros da Opep para 12 nações.
Diamantino Azevedo explicou a jornalistas que a saída foi uma escolha voluntária em defesa dos interesses do país, destacando que Angola sempre cumpriu suas obrigações e buscou modernizar a Opep para beneficiar seus membros.
O ministro ressaltou que a decisão não foi precipitada e mencionou que, ao perceberem que suas contribuições e ideias na organização não surtiam efeito, optaram pela retirada.
A imposição de cotas de produção pela OPEP, responsável por aproximadamente 40% da produção global de petróleo, foi citada como um dos motivos para a saída.
Na reunião de outubro, a OPEP e seus aliados, incluindo a Rússia, decidiram implementar uma redução adicional de 2,2 milhões de barris de petróleo por dia. No entanto, a imposição de uma meta de produção menor para Angola, estabelecida em 1,11 milhões de barris por dia, abaixo dos 1,15 milhões produzidos em outubro, desagradou ao país, que expressou a intenção de não cumprir os cortes determinados pelo cartel.
Brasil foi convidado a integrar Opep+ recentemente
Em novembro, o Brasil recebeu um convite ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
A Opep+ é considerada uma das mais relevantes e poderosas organizações econômicas do mundo e responsável direta por regular os preços dos principais produtores do mundo, respondendo por 40% de toda a oferta mundial.
Segundo o convite feito formalmente ao governo brasileiro representado pela figura do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o país entraria na entidade na qualidade de aliado, assim como a Rússia, Malásia e México, outros players considerados relevantes.
Ainda não há decisão tomada formalmente por parte do governo, mas o titular de Minas e Energia indicou que o Palácio do Planalto deve aceitar o convite e aderir à entidade já a partir de janeiro do próximo ano.
Para a EQI Research, a entrada do Brasil na Opep+ seria mais um movimento diplomático do que econômico. Isso porque, apesar de ser um grande produtor, o Brasil não é um grande exportador líquido do produto, pois consome a maioria da sua produção.
A casa de análise nota ainda que o Brasil é importador de derivados de petróleo, especialmente diesel.
“Vemos a adesão à Opep+ como movimento mais diplomático do que efetivamente econômico, com o objetivo de aumentar a presença do país em fóruns mundiais relevantes. Vemos esta adesão como notícia neutra para ações do setor de petróleo na B3”, aponta a research sobre a entrada do Brasil na Opep+, enquanto, em movimento contrário, Angola deixa a Opep.