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Brasil na Opep+: movimento é mais diplomático do que econômico, avalia EQI Research

Brasil na Opep+: movimento é mais diplomático do que econômico, avalia EQI Research

Quais as consequências da entrada do Brasil na Opep+? O convite para o país ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) foi feito nesta quinta-feira (30).

A Opep+ é considerada uma das mais relevantes e poderosas organizações econômicas do mundo e responsável direta por regular os preços dos principais produtores do mundo, respondendo por 40% de toda a oferta mundial. Porém, analistas avaliam que esse é um movimento mais diplomático do que econômico.

Segundo o convite feito formalmente ao governo brasileiro representado pela figura do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o país entraria na entidade na qualidade de aliado, assim como a Rússia, Malásia e México, outros players considerados relevantes.

Ainda não há decisão tomada formalmente por parte do governo, mas o titular de Minas e Energia indicou que o Palácio do Planalto deve aceitar o convite e aderir à entidade já a partir de janeiro do próximo ano.

Nos últimos 15 anos o Brasil deu um salto em sua produção interna de petróleo, graças à descoberta do pré-sal. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) citam que o país hoje produz, incluindo petróleo e gás natural, 3,672 milhões de barris de óleo por dia (bbl/d), segundo o mais recente boletim estatístico da entidade.

Fonte: ANP

O país tem ainda 252 áreas de concessão, sendo nove no regime de partilha de produção – que é o contrato vigente no pré-sal – e operado atualmente por 51 empresas.

No pré-sal a produção foi de 2,830 milhões de barris por dia, correspondendo a 77% de todo o petróleo produzido nos campos nacionais.

Brasil na Opep+: para EQI Research adesão é movimento diplomático

Para a EQI Research, apesar de ser um grande produtor, o Brasil não é um grande exportador líquido do produto, pois consome a maioria da sua produção. A casa de análise nota ainda que o Brasil é importador de derivados de petróleo, especialmente diesel.

Vemos a adesão à Opep+ como movimento mais diplomático do que efetivamente econômico, com o objetivo de aumentar a presença do país em fóruns mundiais relevantes. Vemos esta adesão como notícia neutra para ações do setor de petróleo na B3”, aponta a research.

Entre os membros, a Arábia Saudita detém, de longe, a maior fatia da produção, com mais de 10 milhões de barris por dia. O Irã é responsável por 4,5 milhões de barris/dia. Já entre os países aliados, a Rússia responde por 10,3 milhões de barris por dia, enquanto México e Cazaquistão têm, cada uma, 1,7 milhão de barris por dia.

Uma das companhias afetadas diretamente pela entrada do Brasil na entidade é a Petrobras ($PETR3; $PETR4). A União é a sócia majoritária da companhia. O Governo Federal detém 28,67% de participação na petroleira, enquanto o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possui mais 1,04% e o braço de participações do banco de fomento, o BNDESPar, mais 6,90%. Enquanto isso, investidores estrangeiros possuem na petroleira um percentual de 26,39% no capital social total.

Porém, quando detalhada somente a participação em ações ordinárias (ON), com poder de voto na administração, o Governo Federal possui 50,26% destes papéis, enquanto o investimento estrangeiro chega a 13,87%.

O que é a Opep?

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) é uma aliança internacional composta por 13 países produtores de petróleo, desempenhando um papel crucial na determinação da oferta, preços e políticas relacionadas ao petróleo bruto.

Desde sua fundação em 1960, a OPEP tem exercido uma influência significativa no mercado global de petróleo e nas economias dos países membros e consumidores. Recentemente, a entidade abriu adesão a países com produção relevante, mas no status de aliados, como é o caso da Rússia, México, Malásia e, ao que tudo indica, o Brasil, formando a Opep+.

A principal missão da organização é coordenar e unificar as políticas de produção de petróleo entre seus países membros, a fim de estabilizar os mercados e garantir uma oferta adequada de petróleo. A organização busca alcançar um equilíbrio entre os interesses dos países produtores e consumidores, considerando tanto a estabilidade econômica quanto a sustentabilidade ambiental.

Os países membros são responsáveis por uma parcela substancial da produção mundial de petróleo, detendo cerca de 40% da oferta global. Entre os membros mais proeminentes estão Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Cada país possui uma cota de produção atribuída, baseada em suas reservas de petróleo e capacidade de extração.

A Opep+ opera por meio de reuniões regulares, nas quais são discutidas e tomadas decisões importantes para a indústria petrolífera. Durante esses encontros, os países membros buscam chegar a um consenso sobre questões-chave, como níveis de produção, limites de exportação e políticas de preços. As decisões tomadas pela entidade têm um impacto direto nos preços do petróleo e podem influenciar significativamente a economia global.

Uma das estratégias frequentemente adotadas é a regulação da produção de petróleo hoje por meio de acordos de corte ou aumento da produção. Quando os preços do petróleo estão baixos, a Opep+ pode decidir reduzir a produção para aumentar a demanda e, consequentemente, elevar os preços. Por outro lado, quando os preços estão muito altos, a organização pode optar por aumentar a produção para estabilizar o mercado e evitar a escassez. Esse é o contexto que espera pelo Brasil na Opep+.