André Esteves, chairman e sócio-fundador do BTG Pactual (BPAC11) destacou a importância de preservar o arcabouço fiscal do país durante o Macro Day, evento do banco realizado na segunda-feira (6).
Esteves comentou que seguir o que foi institucionalmente aprovado para o fiscal do país é crucial, enfatizando a necessidade de aderir ao arcabouço.
“O importante é seguir o que institucionalmente foi aprovado”, disse.
Quanto às perspectivas das contas públicas, Esteves reconheceu a dificuldade do governo em zerar o déficit das contas primárias até 2024, conforme prometido no orçamento.
No entanto, ele expressou otimismo, acreditando que o resultado será melhor do que as expectativas do mercado, sugerindo um déficit de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.
Sobre a taxa básica de juros no Brasil (Selic), Esteves afirmou que, mesmo se o Banco Central mantiver o ritmo de cortes em 0,5 ponto percentual a cada reunião, o diferencial em relação às taxas dos Estados Unidos continuará favorável ao Brasil.
Para André Esteves, o Brasil desfruta de uma boa reputação no exterior, destacando fatores como as reformas estruturais realizadas nos últimos anos, a posição de grande exportador de alimentos e uma matriz energética considerada limpa.
Ele observou que o Brasil se destaca em comparação com outros emergentes que enfrentam desafios geopolíticos, tornando o país uma opção atrativa para investidores. Isso porque possíveis concorrentes, como Rússia e países do Leste Europeu, vivem a guerra na Ucrânia, ao passo que Argentina e Turquia estão em grave crise e a China enfrenta tensões com os EUA.
“O Brasil está ganhando o jogo por W.O.” no cenário internacional, segundo ele, dada a posição competitiva do país. Ele citou que país tem um grande mercado consumidor, uma democracia consolidada e boas relações diplomáticas com quase todos os países do mundo.
Sobre os Estados Unidos, cuja taxa de juros impacta diretamente a Selic e os investimentos no Brasil, Esteves disse que acredita que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, está muito próximo do fim do ciclo de alta de juros.
Pode haver ainda algum ajuste, diz, mas no momento, acredita, a autoridade monetária americana já está mais preocupada com a possibilidade de apertar demais do que de fazer o movimento contrário. “Pode ter uma leve recessão, ou não, é difícil dizer neste momento”, pontuou André Esteves.