Na segunda-feira (20), os olhos do mundo estavam atentos a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumiu seu segundo mandato como presidente.
Além disso, a posse marca um período que o mercado começará a acompanhar mais de perto seu governo, que pode ser marcado por uma inflação mais alta se algumas de suas promessas para o seu governo de fato se cumprirem.
Durante seu discurso, Trump prometeu o início de uma “era do ouro” para o país e anunciando medidas como uma “emergência nacional” na fronteira com o México e a deportação de milhões de imigrantes.
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O que Trump disse?
A respeito da imigração, um tema recorrente, o republicano criticou a administração Biden, especialmente no que diz respeito à gestão da crise migratória. Ele afirmou que o governo destinou “financiamento ilimitado para a defesa das fronteiras estrangeiras”, mas se recusa a proteger as fronteiras dos Estados Unidos.
Especificamente em relação à fronteira entre o México e os Estados Unidos, Trump afirmou que assinará uma ordem executiva declarando estado de emergência.
Toda entrada ilegal será “imediatamente interrompida”, declarou o presidente durante o discurso, acrescentando que o governo iniciará o processo de devolução de milhões de “estrangeiros criminosos” aos seus países de origem.
Trump também mencionou algumas das medidas que pretende implementar, como a reintrodução da política de “permanecer no México” e o envio de mais tropas e pessoal para a fronteira.
Impactos da política imigratória
O estrategista-chefe da Avenue, durante uma live com Ângelo Manzan Dalla Vecchia, assessor de investimentos e gestão patrimonial da EQI, realizada no último dia 10, alertou sobre os potenciais impactos de uma possível mudança nas políticas de imigração dos Estados Unidos.
Segundo ele, “se concretizada, essa política pode afetar o mercado de trabalho nos Estados Unidos, com repercussões especialmente em setores que dependem de mão de obra estrangeira.”
Os dados mais recentes do mercado de trabalho apontam que foram criadas 256 mil novas vagas em dezembro, superando as expectativas de 164 mil. A taxa de desemprego ficou em 4,1%, um pouco abaixo da previsão de 4,2%.
Política de tarifas comerciais
Outro ponto destacado pelo estrategista-chefe é a política de tarifas comerciais proposta por Trump, especialmente em relação a países como China, México, Canadá e Brasil.
Na última quarta-feira (22), o presidente anunciou planos de impor tarifas à União Europeia e afirmou que seu governo estava considerando aplicar uma tarifa de 10% sobre produtos importados da China, a partir de 1º de fevereiro. Segundo ele, a medida seria uma resposta ao envio de fentanil da China para o México e o Canadá.
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Em conversa com jornalistas na Casa Branca, Trump ressaltou que já havia implementado tarifas contra a China durante seu primeiro mandato e expressou preocupação com os desequilíbrios comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos.
“A União Europeia tem sido muito, muito injusta conosco”, afirmou. “Eles terão que pagar tarifas. Essa é a única forma de garantir justiça.”
O estrategista alertou que “a imposição de tarifas pode resultar em uma guerra comercial, afetando a dinâmica do mercado global e, em última instância, os preços e a inflação”, afirmou Castro Alves.
Estratégia de redução de impostos
O estrategista destaca que Trump tem defendido também com veemência a redução de impostos como uma estratégia para impulsionar o crescimento econômico nos Estados Unidos.
Embora essa medida possa estimular os investimentos e o consumo no curto prazo, ela também levanta preocupações sobre o aumento do déficit fiscal e a sustentabilidade das finanças públicas no longo prazo. A implementação dessa política exigirá uma análise detalhada dos impactos fiscais e da real eficácia das medidas de estímulo.
Além disso, o novo presidente tem se mostrado a favor de uma redução das regulamentações e da busca por maior eficiência no governo. Para isso, criou um novo departamento focado em melhorar a eficiência administrativa, com o intuito de reduzir a burocracia e tornar o setor público mais ágil.
Trump nomeou Elon Musk, CEO da Tesla, para liderar esse departamento, o que gerou expectativas sobre possíveis mudanças estruturais no governo. No entanto, o grau de desregulação e suas consequências para o mercado e para a economia permanecem como questões em aberto.
Quais os reflexos no cenário econômico?
A combinação desses fatores tem gerado um clima de incerteza no mercado financeiro, afetando as perspectivas econômicas a nível global.
Nos Estados Unidos, a inflação, que vinha apresentando uma queda consistente, agora enfrenta desafios devido a questões que ainda pairam sobre as políticas imigratórias, tarifárias, fiscais e regulatórias do presidente Donald Trump.
Essa falta de clareza, especialmente quanto à extensão das consequências dessas medidas, podem impactar a inflação, o crescimento econômico e, até mesmo, a política monetária. Tais fatores têm o potencial de afetar as taxas de juros e o valor do dólar.
Fed espera inflação mais alta em 2025
A mais recente ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) revelou que o Federal Reserve (Fed) espera que a inflação permaneça em níveis elevados neste ano.
O FOMC também mencionou as políticas do novo presidente. De acordo com o documento, os diretores continuam a perceber incertezas em torno da projeção base, mas dentro do intervalo observado nos últimos 20 anos — um período que abrange episódios de grande incerteza econômica e mudanças significativas na política federal.
O relatório ainda destacou a elevada incerteza entre os participantes do mercado para este ano. Em razão disso, as expectativas do mercado quanto à taxa de juros nos Estados Unidos indicam que o país deverá reduzir o ritmo dos cortes ao longo de 2025.
Menor ritmo de cortes nos juros
Na última reunião de 2024, o comitê de política monetária dos Estados Unidos decidiu diminuir a taxa de juros em 25 pontos base, para um intervalo entre 4,25% e 4,50%.
A ata do FOMC revelou também que os membros do comitê preveem uma desaceleração considerável no ritmo de cortes ao longo deste ano, projetando uma redução total de 50 pontos base, em comparação ao corte de 1 ponto percentual previsto anteriormente.
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Renda Fixa em alta
Com o Fed indicando que o novo governo de Trump está agora no radar da política monetária, os rendimentos dos títulos de renda fixa dos Estados Unidos se tornam mais atraentes.
Apesar da recente queda, é importante lembrar que os juros nos EUA continuam em níveis historicamente elevados. Após um período de máximos nos últimos 20 anos, as taxas começam a recuar, mas ainda mantêm um patamar elevado.
Isso significa que, além de sua fama de ativos seguros, os títulos americanos oferecem rentabilidade como poucas vezes vimos, e essa tendência pode se prolongar mais do que o esperado.
Essa expectativa já está refletida nos preços dos papéis americanos. Desde a eleição de Trump, os rendimentos dos títulos com vencimento em 10 anos iniciaram uma forte alta. Nos últimos dias, esses rendimentos atingiram os maiores patamares em cinco meses.
Vale destacar que esse movimento não está restrito aos Estados Unidos. Outros países, incluindo o Brasil, podem ser impactados. Quanto mais altos os juros americanos, maior será a atração de dólares de volta para o país.
Isso tende a pressionar a Selic, taxa básica de juros brasileira, para cima, a fim de conter a saída de capitais e os possíveis efeitos inflacionários. Em resumo, a renda fixa brasileira provavelmente continuará atraente ou, pelo menos, manterá sua atratividade diante desse cenário gerado por Trump.
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