Em novo relatório, o BTG Pactual (BPAC11) analisou o desempenho da Neoenergia (NEOE3). A empresa que possui cinco concessões e ampla atuação nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste conseguiu manter os seus resultados sólidos e em linha com as projeções do banco de investimentos, e desta forma, o BTG manteve a recomendação de compra ao preço-alvo de R$ 28.
A Neoenergia atende a cerca de 37 milhões de pessoas e a empresa consegue propagar a sua energia em 18 linhas de transmissão, o que representa um RAP de aproximadamente R$ 1,3 bilhão.
Ao todo, a companhia distribui 4,7 gigawatts em suas hidrelétricas e renováveis. Outro fator decisivo para o atual momento da Neoenergia é a sua termelétrica a gás, que opera com 533 megawatts em Pernambuco.
BTG (BPAC11): números sólidos
O BTG destacou o Ebitda aproximado de 80% da Neoenergia, e de acordo com o banco, a companhia conseguiu superar as adversidades em meio a um cenário econômico mais fraco com o impacto da pandemia do coronavírus. A instituição financeira realçou:
- a solidez no consumo de energia
- o crescimento orgânico que representou um maior RAB
A Neoenergia também conseguiu usufruir do descasamento inflacionário do IGP-M, e assim, a empresa computou bons resultados com revisões tarifárias positivas, o que garante uma maior contenção em seus custos, um menor desperdício de energia e a redução da inadimplência.
Em relação ao G&T, a Neoenergia conta com dois projetos que estão em construção, são estes o Parque Éolico Oitis – que contará com 567 megawatts de energia e a Usina Solar Luzia que irá operar com 149 megawatts. A divisão de transmissão contabilizou 7 projetos que estão em implantação, que de acordo com o BTG, possuem capex estimado de R$ 8,1 bilhões.
“Com um forte histórico na execução de projetos greenfield, a empresa tem conseguido antecipar as operações ao mesmo tempo em que apresenta economias de capex relevantes em comparação com as estimativas da Aneel”, destacou trecho do relatório.
- Veja também: Aprenda o que é Capex e Opex
Ações e valuation
O BTG Pactual citou as ações da Neoenergia e de acordo com a instituição financeira, os papéis estão negociados com o preço do IPO de 2019. O bom momento da companhia está relacionado a alguns fatores, como a alocação de capital, a alavancagem e a boa governança corporativa.
O segredo para o sucesso da empresa foi a união entre números operacionais estáveis e bom desempenho de seus projetos de greenfield. Ao todo, a Neoenergia contabilizou uma TIR real de 13,2% e 1,3x EV/RAB para o ano de 2022, o que pode contribuir para aliviar as preocupações relacionadas a alocação de capital.
A instituição financeira destacou a distribuição de energia, e de acordo com o BTG, Coelba e CEB atingiram a média prevista no nível regulatório até 2023. Celpe obteve resultado acima do limite e Cosern e Elektro conseguiram manter índices de perdas de energia menores que o estabelecido. A previsão de 300 mil novos clientes pode garantir um crescimento de 1,5% ao ano nos volumes da companhia
Sobre a geração de energia, o banco citou valores a longo prazo: R$ 150 megawatts-hora para convencional e R$ 180 megawatts-hora para renovável.
“A maior parte de sua exposição hídrica é coberta pelo seguro GSF, embora assumamos um déficit de GSF de 15% em 2022 e um déficit de 5% a partir de 2023. Para renováveis, assumimos a geração P90”, informou o BTG.