A Vale (VALE3) vai recomprar debêntures de sua sexta emissão, em uma operação que pode movimentar até R$ 16,3 bilhões. A companhia anunciou uma oferta pública para adquirir a totalidade dos aproximadamente 388,5 milhões de papéis dessa série que ainda estão em circulação, ao preço fixo de R$ 42 por debênture.
Caso todos os titulares aceitem a oferta, a mineradora terá um desembolso total de R$ 16,3 bilhões. A liquidação financeira da operação — ou seja, o pagamento — está marcada para 5 de novembro de 2025. As debêntures que forem adquiridas pela Vale serão canceladas, deixando de existir no mercado.
De acordo com a empresa, a iniciativa tem como foco otimizar sua estrutura de capital, por meio da gestão de passivos financeiros. A medida também visa reforçar a estratégia de alocação de capital da companhia. Paralelamente, a operação busca oferecer liquidez aos atuais detentores dos títulos, assegurando uma “participação equitativa” na oferta para todos os investidores.
Vale vai recomprar debêntures: detalhes da emissão
As debêntures alvo da recompra não são títulos convencionais. Elas foram emitidas em 1997, no contexto da privatização da então Vale do Rio Doce. Classificadas como “participativas”, esses papéis tinham como objetivo original assegurar aos acionistas da época o direito de participação nos lucros futuros de jazidas que, naquele momento, ainda estavam em estágio embrionário de exploração.
A decisão da Vale vai recomprar debêntures dessa série representa um capítulo significativo na reestruturação do passivo da empresa, encerrando uma dívida histórica que remonta às suas origens como empresa privatizada.
No segundo trimestre do ano (2TRI25), a Vale reportou lucro líquido de US$ 2,1 bilhões, queda de 24% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando havia sido de US$ 2,7 bilhões.
A receita líquida entre abril e junho somou US$ 8,8 bilhões, uma redução de 11% em relação ao segundo trimestre de 2024, quando havia sido de US$ 9,9 bilhões. Segundo a mineradora, a queda refletiu menores volumes de vendas e preços realizados de minério de ferro no período.
Já o Ebitda ajustado da VALE3 foi de US$ 3,3 bilhões ante US$ 3,9 bilhões do mesmo período do ano passado, um recuo de 15% em base anual. Considerando o Ebitda proforma — que desconsidera despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho e outros itens não recorrentes — o resultado foi de US$ 3,4 bilhões, o que representa uma queda de 14% em relação ao segundo trimestre do ano anterior.