A Vale (VALE3) reportou lucro líquido de US$ 2,1 bilhões no segundo trimestre de 2025 (2TRI25), queda de 24% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando havia sido de US$ 2,7 bilhões.
A receita líquida entre abril e junho somou US$ 8,8 bilhões, uma redução de 11% em relação ao segundo trimestre de 2024, quando havia sido de US$ 9,9 bilhões. Segundo a mineradora, a queda refletiu menores volumes de vendas e preços realizados de minério de ferro no período.
Já o Ebitda ajustado da $VALE3 foi de US$ 3,3 bilhões ante US$ 3,9 bilhões do mesmo período do ano passado, um recuo de 15% em base anual. Considerando o Ebitda proforma — que desconsidera despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho e outros itens não recorrentes — o resultado foi de US$ 3,4 bilhões, o que representa uma queda de 14% em relação ao segundo trimestre do ano anterior.

Vale (VALE3) reduz investimentos e aumenta fluxo de caixa livre
A Vale reporta uma queda significativa nos investimentos em projetos de crescimento e manutenção no segundo trimestre de 2025, ao mesmo tempo em que apresenta uma melhora expressiva no fluxo de caixa livre recorrente.
Os investimentos em expansão somaram US$ 238 milhões, redução de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, com destaque para menores desembolsos no segmento de Soluções de Minério de Ferro, especialmente devido ao ramp-up do projeto Capanema e à execução conforme o cronograma do projeto Serra Sul+20.
O projeto do Segundo Forno de Onça Puma segue dentro do cronograma, com início de produção previsto para o quarto trimestre de 2025. Após o ramp-up completo, a expectativa é que o forno adicione de 12 a 15 mil toneladas por ano à capacidade de produção de níquel da companhia.
Nos investimentos de manutenção, a Vale desembolsou US$ 815 milhões no trimestre, montante 19% inferior ao registrado um ano antes. A redução foi puxada, principalmente, por menores gastos em Níquel, com o comissionamento do projeto de expansão da Mina de Voisey’s Bay (VBME).
Entre os projetos futuros, o destaque é o Bacaba, voltado à produção de cobre. O projeto recebeu licença prévia em junho e deve estender a vida útil do Complexo Minerador de Sossego. Com um investimento estimado em US\$ 290 milhões durante sua implementação, o início da produção está previsto para o primeiro semestre de 2028. A produção anual média esperada é de cerca de 50 mil toneladas de cobre ao longo de oito anos.
O fluxo de caixa livre recorrente atingiu US$ 1 bilhão no segundo trimestre, um crescimento de US$ 800 milhões na comparação anual. O desempenho é atribuído, principalmente, à menor variação no capital de giro e à redução de investimentos. A posição de capital de giro permaneceu neutra, com maiores valores a receber e níveis mais altos de estoque sendo compensados por um aumento nas contas a pagar, devido à extensão de prazos com fornecedores.
Vale paga JCP
A mineradora informou que seu Conselho de Administração aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor bruto de R$ 1,895387417 por ação.
A data de corte para os investidores com ações negociadas na B3 será em 12 de agosto de 2025, com o pagamento programado para 3 de setembro. Para os detentores de American Depositary Receipts (ADRs) listados na Bolsa de Nova York (NYSE), a record date será em 13 de agosto, e os valores serão repassados a partir de 10 de setembro.
As ações da Vale passarão a ser negociadas ex-direitos tanto na B3 quanto na NYSE a partir de 13 de agosto. A companhia ressalta que o valor final por ação poderá sofrer leve alteração até as datas de corte, em função do programa de recompra de ações, que afeta o número de papéis em tesouraria. Caso haja ajustes, um novo comunicado será emitido ao mercado com a atualização.