Vale a pena comprar Eletrobras (ELET3; ELET6)? Esta é uma pergunta que alguns investidores interessados em adquirir ações da empresa recém-privatizada fazem. Muitas variáveis devem ser consideradas, apesar disso.
Afinal, a empresa elétrica, embora não seja mais majoritariamente estatal, dá ao governo o direito de possuir a chamada “golden share”. Isto é, uma ação especial que dá direito de veto em questões consideradas estratégicas, ainda que a União não seja mais maioria.
Isto se explica por conta do tamanho e do peso da empresa no cenário energético brasileiro.
Antes de prosseguir nesta análise, vamos entender um pouco o que é a Eletrobras, sua história e qual sua importância dentro do cenário energético nacional.
Eletrobras (ELET3; ELET6): sua importância e seu peso
As receitas de geração atingiram R$ 1,03 bilhão nos três primeiros meses de 2021 ano contra R$ 930 milhões do mesmo período de 2020.
Com relação ao segmento de transmissão de energia, a companhia é responsável por 43,1% de todas as linhas de transmissão do país. O que significa que estão sob o comando da companhia, um total de 73.230 quilômetros de linhas.
A transmissão é a atividade na qual a energia é enviada a longas distâncias, como por exemplo de uma usina de um determinado estado para outro, onde chega a uma subestação. Neste, a tensão é reduzida para que a energia seja injetada na distribuição local.
As receitas de geração atingiram R$ 1,03 bilhão nos três primeiros meses de 2021 ano contra R$ 930 milhões do mesmo período de 2020.
Com relação ao segmento de transmissão de energia, a companhia é responsável por 43,1% de todas as linhas de transmissão do país. O que significa que estão sob o comando da companhia, um total de 73.230 quilômetros de linhas.
A transmissão é a atividade na qual a energia é enviada a longas distâncias, como por exemplo de uma usina de um determinado estado para outro, onde chega a uma subestação. Neste, a tensão é reduzida para que a energia seja injetada na distribuição local.
Eletrobras (ELET3; ELET6): história da empresa
A companhia elétrica teve sua fundação em 1961, pelo governo de Jânio Quadros. Mas o projeto de criação de uma estatal de energia circulava no Congresso Nacional desde 1954, por meio de uma proposta do presidente Getúlio Vargas.
Ao longo dos anos, a estatal teve grande importância no processo de industrialização do país. A empresa não apenas contribuiu para a geração e distribuição de energia, mas também para o planejamento e expansão do setor.
Hoje a companhia tem suas operações em todo território nacional. Seu maior número das linhas de transmissão elétrica é das empresas subsidiárias.
Vale a pena comprar Eletrobras (ELET3; ELET6)? BTG (BPAC11) recomenda compra
Após a privatização da agora “ex-estatal” o banco BTG Pactual (BPAC11) retomou a cobertura da companhia e recomendou a compra dos papéis e preço-alvo de R$ 62,00.
Agora que a elétrica é uma empresa majoritariamente privada, o banco de investimentos vê potencial para crescer mais.
O banco relembrou que após uma longa espera de mais de 25 anos, finalmente aconteceu a privatização da companhia. O BTG calcula que a empresa de energia fora privatizada com sucesso por meio de uma oferta de ações que arrecadou R$ 33,7 bilhões, diluindo a participação votante do governo (Governo BNDES) de 69% para 40%.
“Assim, a Eletrobras pode finalmente se libertar das ineficiências de operar como uma empresa estatal e começar a ser administrada mais como seus pares privados (e mais eficientes) de transmissão e geração”, diz trecho do relatório.
Com isso, o BTG está restabelecendo a cobertura da Eletrobras com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 62 para ELET3 (41% upside) e reiterando-a como uma das principais escolhas no setor de serviços básicos.
“Nossa visão é apoiada por um valuation atrativo – a Eletrobras negocia com uma TIR real de 13,5% (6,4x EV/EBITDA para 2023), tornando-a um dos nomes mais baratos sob nossa cobertura, significativo potencial de corte de custos, upside na gestão de passivos/créditos tributários, e a reprecificação de seu portfólio hidrelétrico”, aponta outro trecho do relatório divulgado após a oferta de ações na bolsa.
Como fica a Eletrobras (ELET3; ELET6) com a privatização?
A privatização da Eletrobras (ELET3 ELET6), ou processo de “capitalização”, como foi chamada pelo governo, vai além de um simples processo de venda de uma empresa. Esta tem o poder de organizar o setor de energia como um todo.
Isto porque a Eletrobras é uma das mais importantes empresas do setor. Ela é responsável por uma participação de 30% do mercado como um todo. Mas esse Market share vem se reduzindo a cada ano que passa.
Diogo Mac Cord, secretário Especial de Desestatização Desinvestimento e Mercados – do governo federal – disse, em uma live promovida pelo BTG Pactua (BPAC11), que a empresa precisa investir algo em torno de R$ 14 bilhões por ano para manter a atual parcela de mercado.
Porém, só tem investido aproximadamente R$ 4 bilhões por ano. Portanto, há um gap de R$ 10 bilhões ao ano que precisa ser superado.
Mac Cord aponta que uma vez privatizada e capitalizada, a Eletrobras poderá se tornar um grande vetor de investimento, tanto no Brasil quanto na América Latina.
Para o secretário, a privatização é mais benéfica do que se pensa. Ele comparou a elétrica com o caso da Vale (VALE3), privatizada em 1997. Em valores atuais, a mineradora foi vendida a um valor equivalente a R$ 15 bilhões.
“Antes, a mineradora tinha um valor de mercado que era metade da Eletrobras. Hoje é 60 vezes maior”, disse ele.
Relembre: Eletrobras (ELET3 ELET6): privatização de R$ 100 bilhões
Deste total, R$ 20 bilhões entraria de imediato, logo com a oferta primária de ações. O restante viria em ofertas secundárias.
Após a sanção da lei que abre caminho para a venda, o texto foi analisado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que define as bases da política energética do país.
O conselho é responsável por definir as premissas da modelagem financeira da venda. Essa modelagem segue então para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que finaliza a modelagem.
Após isto, segue para o aval do Tribunal de Contas da União (TCU), assembleia de acionistas e demais ritos do mercado. Mac Cord acredita que até fevereiro, tudo deve estar cumprido.
Eletrobras privatizada
A privatização da Eletrobras é a maior desde a venda da Telebras, ocorrida em julho de 1998. Além disso, é a maior operação de privatização já realizada na bolsa brasileira.
No dia 13 de junho, segunda-feira, começam a ser negociadas na B3 as ações da Eletrobras que foram vendidas pelo governo federal.
O processo aconteceu por meio de uma estrutura de nome desconhecido do grande público, mas já usada em outras privatizações no passado: os chamados Fundos Mútuos de Privatização (FMP).
Um Fundo Mútuo de Privatização é um tipo de fundo de investimento constituído da mesma forma que qualquer outro fundo do tipo condomínio: com a figura de um gestor responsável por aplicar os recursos.
O diferencial desse produto é que uma de suas modalidades permite o uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para comprar ações de companhias estatais em processo de privatização ou capitalização.
Os trabalhadores puderam usar até 50% dos recursos no FGTS para comprar papéis da Eletrobras.
Como a procura foi elevada, houve rateio e o investidor vai receber 66,79% da reserva feita. Cerca de 370 mil pessoas participaram do processo.
Ou seja, quem, por exemplo, reservou o valor mínimo, que era de R$ 200, vai receber 66,79% deste valor em ações. O restante volta para a conta do FGTS. Vale lembrar que o valor da ação ficou estipulado em R$ 42. O negócio total ficou estimado em mais de R$ 33 bilhões.
- Relembre Eletrobras (ELET3, ELET6), leia também: saiba mais sobre a empresa que está próxima da desestatização.
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Eletrobras (ELET3, ELET6) privatizada: como ficam os investidores?
Com a Eletrobras privatizada, qual o potencial das ações da empresa?
A privatização da Eletrobras é a maior desde a venda da Telebras, ocorrida em julho de 1998. Além disso, é a maior operação de privatização já realizada na bolsa brasileira.
No dia 13 de junho, segunda-feira, começaram a ser negociadas na B3 as ações da Eletrobras que foram vendidas pelo governo federal.
O processo aconteceu por meio de uma estrutura de nome desconhecido do grande público, mas já usada em outras privatizações no passado: os chamados Fundos Mútuos de Privatização (FMP).
Um Fundo Mútuo de Privatização é um tipo de fundo de investimento constituído da mesma forma que qualquer outro fundo do tipo condomínio: com a figura de um gestor responsável por aplicar os recursos.
O diferencial desse produto é que uma de suas modalidades permite o uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para comprar ações de companhias estatais em processo de privatização ou capitalização.
Os trabalhadores puderam usar até 50% dos recursos no FGTS para comprar papéis da Eletrobras.
Como a procura foi elevada, houve rateio e o investidor vai receber 66,79% da reserva feita. Cerca de 370 mil pessoas participaram do processo.
Ou seja, quem, por exemplo, reservou o valor mínimo, que era de R$ 200, vai receber 66,79% deste valor em ações. O restante volta para a conta do FGTS. Vale lembrar que o valor da ação ficou estipulado em R$ 42. O negócio total ficou estimado em mais de R$ 33 bilhões.
Para os analistas, o investidor poderá ter retornos mais significativos no longo prazo com os papéis da empresa, já que a governança desvinculada de decisões políticas tende a ser muito favorável tanto para dividendos quanto para valorização do papel.
No entanto, dependendo do perfil do investidor, será preciso se acostumar à volatilidade do mercado de ações.
Comprar ações Eletrobras (ELET3, ELET6): entendendo o Fundo Mútuo de Privatização (FMP)
A estrutura do FMP foi criada em 2000 e foi relevante, por exemplo, no processo de capitalização da Petrobras, nos anos de 2000 e 2010, que transformou a empresa numa sociedade de economia mista (capital aberto pulverizado com o governo como controlador) e na Vale (então Vale do Rio Doce), em 2002.
Funciona assim: as instituições financeiras autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), como o Banco BTG Pactual (BPAC11), constituem e administram um veículo que receberá recursos do FGTS de trabalhadores interessados em adquirir as ações de uma empresa privatizada.
Esses fundos vão comprar as novas ações da Eletrobras. Eles só se diferem pelos custos envolvidos no processo, como a taxa de administração.
Comprar ações Eletrobras (ELET3, ELET6): vale a pena usar o FGTS?
O FGTS tem sua remuneração determinada pela Lei 8.036/1990, que especifica um retorno de 3% ao ano mais uma atualização monetária mensal a cada dia 10 (a Taxa Referencial).
O trabalhador só pode acessar os recursos em condições previstas:
- financiamento imobiliário,
- problema grave de saúde,
- demissão sem justa causa,
- ou no aniversário do trabalhador (modalidade saque-aniversário, com acesso parcial aos recursos).
Então, ao decidir migrar do FGTS para as ações da Eletrobras, o movimento é de troca da renda fixa para a variável. Portanto, o investidor passa a estar sujeito a todos os riscos inerentes ao mercado – volatilidade do cenário macroeconômico.
Sobre isso, Luís Moran, head da EQI Research, é taxativo: FGTS não deve ser encarado, nunca, como um investimento.
“Fora isso, ao decidir trocar o FGTS por ações da Eletrobras, o investidor tem a tranquilidade de saber que a empresa deverá ter regras contábeis conhecidas e auditadas, divulgadas com periodicidade trimestral e ampla discussão pelo mercado, possivelmente com aumento da sua capacidade de pagamento de dividendos”, ele diz. “Não conheço ninguém que considere FGTS como parte dos seus investimentos. Então, não há nenhuma razão para não investir em um FMP Eletrobras”, resume.
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BTG (BPAC11) vê espaço para crescer mais
De acordo com o banco, compreender uma empresa tão grande e complexa pode ser um desafio, e é por isso que deve-se primeiro reconhecer os esforços da administração nos últimos 6 anos para simplificar a estrutura de capital da empresa, maximizar a eficiência e reduzir a alavancagem para níveis mais sustentáveis.
Mas, apesar de tudo isso, há um teto para o quanto pode ser feito em uma estatal, o que fica evidente quando comparam-se os níveis de eficiência da Eletrobras com os de seus pares privados.
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Ainda não precificada como empresa privada
Segundo o BTG, a Eletrobras é um dos nomes mais baratos que cobre. Nos preços atuais, a ação ainda está precificando o que vê como um cenário de uma estatal bem administrada, mas incorporando muito pouco de seu potencial privatizado.
“A combinação de uma base de acionistas muito boa (e ativa) e uma equipe de gestão de alto nível abrirá o caminho para uma história de recuperação bem-sucedida, aumentando significativamente a geração de fluxo de caixa e permitindo que a empresa pague dividendos robustos ou aumente seu poder de fogo para novos investimentos”, completou o relatório.
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Juliano Custódio, CEO da EQI Investimentos, havia comentado em live de fechamento de mercado sobre a conclusão da oferta de ações da empresa que há potencial para ela crescer, levando em conta e a relevância dela no cenário nacional.
Para Custódio, a Eletrobras, enquanto empresa estatal e ineficiente tinha um dividend yield de 3,6%, o que era considerado por ele com um bom número. “Imagina o ganho de eficiência com a desestatização”, salientou ele sobre se vale a pena compra Eletrobras (ELET3; ELET6).
Mas esse processo de “arrumação da casa” leva tempo. Segundo o CEO da EQI, vale a pena esperar esse movimento de arrumação. Ele deu o exemplo de outras ex-estatais como a CSN (CSNA3) que tem uma boa performance operacional e se tornou mais eficiente.
Para o executivo, sendo privatizada, a Eletrobras pode ter uma importância semelhante ao que tem hoje a Engie (EGIE3) no mercado, quando comparada com seus pares. “Pode até ser maior então acredito que dominará bem o mercado”, arrematou ele.
Eletrobras (ELET3) reporta prejuízo líquido de R$ 88 mil no 3TRI22
A Eletrobras (ELET3) reportou prejuízo líquido de R$ 88 mil no terceiro trimestre de 2022 (3TRI22) frente ao lucro líquido de R$ 965 milhões do terceiro trimestre de 2021.
De acordo com o balanço, o resultado sofreu impacto de fatores como a deflação do IPCA (-0,37%) e do IGPM (-1,43%) sobre a receita de transmissão, bem como a amortização dos novos ativos de geração e despesas financeiras das obrigações junto à CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e projetos especiais.
Também pela provisão para crédito de liquidação duvidosa em relação à Amazonas Energia e contingências com destaque para a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), uma das subsidiárias da Eletrobras.
O relatório elenca, ainda, que a companhia obteve forte liquidez no terceiro trimestre, com disponibilidade de R$ 16,8 bilhões e realização de investimentos de R$ 990 milhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) registrado foi de R$ 2,4 bilhões, enquanto a receita líquida ultrapassou R$ 8 bilhões. A receita da companhia aumentou R$ 1 bilhão, com destaque para a consolidação da Santo Antônio Energia e a energia gerada aumentou 2,5%.
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