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O que esperar da temporada de balanços do 3TRI22? Confira análise da EQI Research

O que esperar da temporada de balanços do 3TRI22? Confira análise da EQI Research

Com inflação nos EUA, crise energética na Europa, bem como conflito militar, e tensão na Ásia, tudo o que o investidor quer saber nesse momento é o que esperar da temporada de balanços do 3TRI22?

De fato, no Brasil as divulgações dos balanços corporativos iniciam nesta emana, e são cerca de 400 empresas listadas na bolsa de valores, a B3. É muito número para analisar, e muita linha para interpretar.

Para deixar o cenário ainda mais incerto, o brasileiro ainda tem 15 dias de eleições presidenciais pela frente, com muito ruído político trazendo volatilidade aos mercados. E nada garante que após o término do segundo turno, haverá alguma calmaria nos meses finais deste ano.

Ainda assim, há um bom humor nos mercados, inclusive os de lá de fora, com os traders otimistas quanto aos ganhos corporativos. De certa maneira, isso “respinga” por aqui.

Principalmente porque da perspectiva econômica, o Brasil está reportando indicadores muito positivos, com aquecimento do mercado de trabalho e inflação recuando.

A lógica costuma ser simples: se as empresas estão contratando, é porque a demanda está aumentando.

Alguns analistas dizem acreditar que se trata de uma demanda reprimida, por conta do período de pandemia, quando muitos postergaram compras, viagens e outros movimentos de consumo.

Agora, com a Covid-19 dando alguma trégua, e o mercado dando sinais de retomada, o brasileiro quer “recuperar o tempo perdido”.

A economia brasileira e as empresas da bolsa

A relação entre a economia brasileira e as empresas da bolsa se dá no dia a dia das organizações. Com a possiblidade de menos juros no mercado, possivelmente as companhias voltem a captar empréstimos.

Uma empresa toma empréstimo quando pretende adquirir máquinas e equipamentos para, assim, expandir sua produção. Ela pode fazer isso quando há um recuo real por parte dos juros, mas o planejamento se dá bem antes, quando seus gestores analisam para onde vai a economia.

Elas também recorrem a dinheiro de bancos para crescer de forma não orgânica (que são fusões e aquisições). Mesmo com esse cenário nebuloso, o que se viu nos últimos dias foram empresas anunciando aquisições ou conclusões de processos de aquisições. Este é um bom sinal, e o investidor está sempre de olho nos chamados M&As.

Outro ponto de atenção diz respeito à alienação de ativos que, ao contrário do M&A, que é fusão e aquisição, diz respeito a venda de ativos. É o caso da Petrobras (PETR4), por exemplo, que tem uma série de empresas para desinvestir. Na última semana colocou à venda uma unidade que detinha participação na Argentina.

A petroleira, inclusive, foi campeã no pagamento de proventos e isso se dá justamente por um movimento de gestão, ao se desfazer de ativos não tão interessantes assim para sua eficiência. É um ajuste importante tanto para a empresa quanto para o mercado.

Outra empresa da bolsa que deu uma “aula” de gestão, recentemente, foi a própria bolsa, ou seja, a B3, ao adquirir empresas de outros setores. Trata-se de um movimento de proteção, visto que o mercado de capitais no Brasil andou trôpego. Isso mostra o quanto é importante que o próprio investidor, seja ele sardinha ou tubarão, diversifique seus investimentos.

BTG se mostra otimista em relação ao 3TRI22

O BTG Pactual (BPAC11), um dos maiores bancos de investimentos da América Latina, se mostra bastante otimista em relação ao terceiro trimestre de 2022.

CEO do banco, Roberto Sallouti diz acreditar que independentemente do resultado das eleições, a responsabilidade fiscal e a boa política econômica vão prevalecer, mesmo que isso se dê conforme o perfil de cada um dos candidatos. Ele concedeu entrevista ao Valor.

Outro ponto que o executivo leva em consideração é a perspectiva de fim dos ciclos de alta dos juros. Como a economia brasileira está reagindo, possivelmente a autoridade monetária comece a cortar os juros em breve.

Em se tratando especificamente do mercado de ações, apesar de um fraco desempenho recente, ele destaca que há um “pipeline” robusto para o segundo semestre quando considerados os mercados de dívida e M&A (Fusões e Aquisições).

Essa afirmação dá a entender que possivelmente as empresas poderão surpreender positivamente quando começarem a reportar seus números.

CNI atualiza projeções

A perspectiva do CEO está em linha com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), para quem a melhoria do mercado de trabalho e o aumento da demanda do setor de serviços fez com que houvesse uma atualização, elevando a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano. A estimativa passou de 1,4% em julho para 3,1% em outubro.

Em relação à inflação, por exemplo, a CNI projeta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como indicador oficial pelo Governo Federal, encerrará o ano em 5,9%, contra estimativa anterior de 7,6%. Segundo a entidade, a desaceleração ajuda a recompor o rendimento médio real das famílias e a recuperar o poder de compra e o consumo.

Kautz analisa a PMS, do IBGE

Economista-chefe da EQI Asset, Stephan F. Kautz analisou a pesquisa mensal de serviços no Brasil, do IBGE, divulgada dia 14 de outubro.

O levantamento trouxe nova alta, agora de 0,7% no mês, sendo que a expectativa era de um número mais fraco. Então, elencou, o resultado surpreendeu, além de ser a quarta alta consecutiva.

“O número gera também um carrego estatístico bom para o terceiro trimestre, com crescimento de 2,5%, e o setor de serviços tem sido o principal destaque do ano e, em termos de atividade, a gente já viu varejo e indústria fraquejando, depois de uma recuperação no início do ano, enquanto serviços – com a reabertura da economia e mudanças na cesta de consumos – tem sido o principal destaque e puxou o PIB do primeiro semestre para cima, e agora em agosto registra mais um resultado bom”, explicou.

E disse mais: “os serviços prestados às famílias reportaram o sexto mês seguido de alta, porém, ainda 5% abaixo do período pré-pandemia, tendo espaço para novas melhoras, mas a PMS como um todo está 10% acima do nível pré-pandemia.”

Imagem mostra um investidor checando uma ação no notebook.

O que diz a EQI Reserach?

De maneira geral, o que se verá nessa temporada, é uma “temporada de transição”, diz Luís Fernando Moran, Head da EQI Research.

Segundo ele, o ambiente no Brasil está melhorando, mas possivelmente não houve tempo suficiente para impactar completamente as empresas da bolsa.

Na prática, significa dizer que a inflação medida está sendo mais baixa, mas isso não necessariamente impactou em todos os custos e despesas das empresas.

Nesse cenário, elencou, é possível que não se veja todos os benefícios de um crescimento menor relacionado ao custo das empresas como um todo.

“Por outro lado, o ambiente doméstico está melhorando, então devemos ter as empresas mais voltadas para o mercado doméstico melhorando a receita, enquanto as empresas exportadoras deverão sofrer mais que a média, mesmo com alguns dos preços internacionais começando a cair. É que elas tendem a ter um impacto maior na receita”, explicou.

Ainda assim, destacou, as companhias do setor de petróleo deverão reportar um resultado considerado bom, ainda que não se veja um crescimento em relação ao segundo trimestre de 2022, visto que os preços continuam parecidos entre um e outro trimestre.

“A gente está com uma preferência clara em empresas mais voltadas ao mercado doméstico, pois consideramos que daqui para frente é o que vai ter um desempenho mais forte, principalmente quando as taxas de juros começarem a cair efetivamente”, frisou.

Para Moran, a taxa de juros começará a cair no primeiro semestre de 2023, mas o mercado deverá antecipar esse movimento. Ou seja, é possível que no último trimestre do ano já se observe alguma melhora.

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