A S&P Global Ratings atribuiu o rating “brAAA” à 4ª emissão de debêntures senior unsecured, no valor de até R$ 7 bilhões, proposta na última sexta-feira (25) pela Eletrobras (ELET6),
A oferta foi aprovada em reunião do Conselho de Administração da companhia elétrica, mas ainda não conta com registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Segundo a empresa, as debêntures serão distribuídas sob o rito de registro automático de distribuição, sem análise prévia. Serão 7 milhões de títulos, no valor nominal de R$ 1.000, com as seguintes características:
- 1ª série: Debêntures incentivadas de R$ 4 bilhões, com prazo de oito anos e vencimento final em 15/09/2031. As amortizações serão anuais de 33,33% em 15/09/2029, 15/09/2030 e 15/09/2031. O principal será atualizado monetariamente pela variação da inflação, medida IPCA,, com pagamento de juros semestral a partir de 15/03/2024. A remuneração será o maior resultado entre a taxa de retorno do Tesouro IPCA+ 2030 com juros semestrais, acrescida de spread de 1,30%, ou um prêmio de 6,5% ao ano. Os recursos serão utilizados para reembolso de outorga e financiamento do plano de investimentos das subsidiárias Chesf e Eletronorte.
- 2ª série: Debêntures sustentáveis de R$ 3 bilhões, com prazo de cinco anos e vencimento final em 15/09/2028. A amortização ocorrerá em parcelas iguais nos últimos dois anos. O principal da 2ª série não terá atualização monetária, e os juros remuneratórios serão pagos semestralmente a partir de 15/03/2024. A remuneração será atrelada à variação diária da taxa dos Depósitos Interbancários (Taxa DI), acrescida de prêmio máximo de 2,15% ao ano. Os recursos serão utilizados para investimentos de acordo com diretrizes dos Green Bond Principles, Social Bond Principles e Sustainability Bond Guidelines, conforme emitidas e atualizadas pela International Capital Market Association.
A S&P alerta que a escritura da emissão inclui covenants que podem levar a um vencimento antecipado não automático dessa dívida se a Eletrobras atingir um índice de dívida líquida sobre EBITDA ajustado acima de 3,75x. Esse covenant será medido anualmente, e o cálculo exclui garantias prestadas a projetos não consolidados, contribuições à Conta CDE e passivos previdenciários.
“Dessa forma, nossa métrica de dívida líquida sobre EBITDA não é comparável com o indicador definido pela metodologia de cálculo do covenant da escritura da emissão. Esperamos que a Eletrobras siga cumprindo com seus covenants financeiros com um colchão de pelo menos 20% nos próximos dois anos”, aponta a agência de classificação de risco..
No entanto, a empresa faz uma avaliação positiva da situação da Eletrobras (ELET6). “As dívidas emitidas pelas subsidiárias são em sua maioria unsecured ou garantidas pela holding. Além disso, considerando que cerca de 35% do endividamento pro forma da Eletrobras consiste em dívidas com garantias reais, não acreditamos que os credores quirografários, como os da emissão proposta, estejam em desvantagem significativa em relação aos demais”, apontou a S&P..