A privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia, a Emae (EMAE4), a primeira do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, é estudada por ao menos cinco grupos. O leilão, que deverá seguir o formato de venda, está previsto para até o início de 2024. As informações são do jornal Valor Econômico.
Hoje, o valor de mercado da Emae é de R$ 2,2 bilhões. O processo da privatização começou em 2020, no então governo de João Doria (PSDB). Houve, no entanto, atraso na operação por questionamentos judiciais na licitação para a contratação dos estudos, que só foram iniciados em junho deste ano.
No governo, a Emae é vista como um ativo com resultados positivos e operação estável – sem endividamentos. No primeiro semestre deste ano, a empresa teve receita líquida de R$ 276,3 milhões, com alta de 12,6% na comparação anual, e lucro de R$ 56,7 milhões, 2,4% acima do mesmo período de 2022.
A expectativa do governo é lançar a audiência pública até novembro, e o leilão até o fim de 2023.
Desde o primeiro anúncio de privatização, os papéis tiveram forte valorização. Em dezembro de 2019, o valor de mercado da Emae era de R$ 1,36 bilhão. Na base anual, as ações da empresa acumulam alta de 34,31%. A liquidez dos papéis negociados em bolsa, contudo, é baixa, o que distorce a precificação.
Privatização da Emae: veja possíveis interessados
Um dos principais candidatos na disputa é a Eletrobras (ELET3; ELET6), que já é acionista e detém 39% das ações totais. Os papéis da companhia são preferenciais, sem direito a voto.
Na operação, a Eletrobras poderá comprar e vender sua participação, a depender do preço. A expectativa é que a companhia faça uma proposta de compra do controle. No entanto, caso o valor na licitação fique acima de sua oferta, venderia sua fatia junto com o Estado.
No início deste ano, a Eletrobras informou ao mercado que planeja vender suas participações minoritárias e não estratégicas para simplificar seu portfólio.
Outra empresa apontada por analistas como provável interessada é a Auren Energia (AURE3), que é fruto da reorganização societária dos ativos do grupo Votorantim e do fundo canadense CPP Investiments no setor de energia. A empresa tem caixa para crescer, e seus executivos afirmaram que está pronta para novas aquisições.
No caso da Auren, há uma sinergia grande com a Emae, já que a ex-estatal Companhia de Energia do Estado de São Paulo (Cesp), privatizada em 2018, que tem hidrelétricas no Estado, está entre as operações incorporadas na empresa.
Outro potencial comprador seria a chinesa CTG.
Por outro lado, as ofertas para privatização da Emae podem partir de consórcios, dado que a companhia tem ativos de energia, saneamento e imobiliários.