O petróleo tem oscilado bastante nas últimas semanas e a motivação é geopolítica. Os conflitos na Ucrânia e em Israel parecem ainda estar longe de terminar e correm o risco de escalar. Se isso se confirmar, os preços tendem a subir, uma vez que países envolvidos nesses conflitos, como Rússia e Irã, são grandes produtores e exportadores de óleo e gás natural para vários países do mundo. Caso os conflitos realmente escalem, empresas do setor listadas na bolsa brasileira tendem a se beneficiar de uma provável queda na oferta e consequente aumento dos preços. Siga no texto e confira duas boas ações, recomendadas, para quem deseja lucrar com o sobe e desce do petróleo. Acompanhe!
Ações de petróleo: o que acontece com a commodity
Os recentes conflitos na Ucrânia e em Israel têm gerado grande volatilidade no mercado internacional de petróleo, pressionando para cima os preços da commodity. Essas tensões geopolíticas em regiões estratégicas do globo provocam insegurança no fornecimento de petróleo e elevam as preocupações sobre a oferta global, o que é refletido diretamente nas cotações.
Desde o início da guerra na Ucrânia em 2022, o mercado de petróleo vem enfrentando dificuldades devido à influência russa na produção e exportação de energia. A Rússia, um dos maiores produtores mundiais de petróleo e gás natural, viu suas exportações serem impactadas por sanções econômicas impostas por países ocidentais, o que reduziu a oferta no mercado global e fez com que os preços subissem.
A Europa, tradicionalmente dependente do petróleo e gás russos, precisou buscar alternativas em outros mercados, gerando aumento na demanda por fontes de energia de outras regiões, como o Oriente Médio e os Estados Unidos. Essa mudança de dinâmica, associada às restrições nas exportações russas, tem mantido os preços do petróleo elevados e instáveis.

Alta do petróleo e o conflito em Israel
A eclosão do conflito entre Israel e o Hamas em outubro de 2023 trouxe novos riscos ao mercado de petróleo. Embora Israel não seja um grande produtor de petróleo, sua localização no Oriente Médio, uma das principais regiões produtoras do mundo, faz com que o conflito aumente as incertezas em relação à estabilidade de todo o mercado de energia.
Qualquer escalada que envolva outros países da região, especialmente grandes exportadores como Irã e Arábia Saudita, poderia ter consequências diretas no fornecimento de petróleo. Além disso, tensões no Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial, podem interromper o fluxo de exportações, pressionando ainda mais os preços.
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Com a continuidade dos conflitos na Ucrânia e em Israel, especialistas alertam que o preço do petróleo pode se manter em níveis altos ou até mesmo subir mais, dependendo da evolução desses cenários. As sanções à Rússia e o risco de uma escalada no Oriente Médio criam um cenário de incerteza, e os consumidores finais já começam a sentir o impacto nos preços dos combustíveis.

E essa situação tende a piorar. Recentemente, o líder do Hamas, Yahya Sinwar, apontado como o arquiteto dos ataques de 7 de outubro de 2023 a Israel, foi morto por soldados israelenses durante uma operação em Gaza em 16 de outubro deste ano, conforme informado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) no dia posterior.
Em discurso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que “o Hamas não governará mais Gaza” e que a eliminação de Sinwar marca “o começo do dia após o Hamas”, sugerindo uma nova fase nas operações israelenses contra o grupo.
Escalada na Ucrânia
A guerra na Ucrânia também pode escalar e tudo indica que novos países devem entrar no conflito. Em junho deste ano, o presidente russo Vladimir Putin realizou sua primeira visita à Coreia do Norte, um marco significativo nas relações entre os dois países.
Na época, muitos analistas apontaram que a Coreia do Norte, com seu poderio militar, assumiria o papel de parceira estratégica do Kremlin. No entanto, os detalhes dessa aliança começaram a se revelar com mais clareza apenas recentemente.
Nos últimos dias, pela primeira vez, tropas norte-coreanas foram avistadas em um centro de treinamento no extremo leste da Rússia. O serviço de inteligência da Coreia do Sul, que acompanha os movimentos militares do país vizinho, relatou que cerca de 1.500 soldados foram enviados para apoiar o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.
Além disso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, denunciou tropas de “milhares de homens” norte-coreanos nos territórios ucranianos controlados pelor russos.

Este é apenas o mais recente de uma série de favores mútuos entre Pyongyang e Moscou. Desde 2023, há relatos da inteligência sobre o envio de armamento da Coreia do Norte para a Rússia. Essa assistência foi crucial para garantir a reposição de munições e equipamentos durante a guerra na Ucrânia.
Nesse cenário, autoridades da Coreia do Sul afirmaram no dia 22 de outubro, que estão considerando fornecer armamentos aos ucranianos, após acusarem a Coreia do Norte de enviar tropas para apoiar a Rússia.
Um alto funcionário do governo do presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, informou que estão sendo preparadas respostas diplomáticas, econômicas e militares para diversos cenários de cooperação militar entre Pyongyang e Moscou, incluindo a possibilidade de fornecer armas letais à Ucrânia, caso a situação se agrave.
Petróleo: demanda e oferta
Relatório do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), entidade que reúne as petroleiras que atuam no Brasil, informa que a demanda mundial por petróleo está abaixo da oferta informada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A demanda está em 102,85 milhões de barris por dia (b/d) contra uma oferta Opep de 32,11 milhões b/d.

Já os estoques encontram-se bem próximos dos patamares mínimos dos últimos 12 meses, ao ficar em 418,55 milhões de barris. O mínimo desse período é de 417,87 milhões de barris.
Por fim, com relação ao preço, o Brent – que é utilizado como base para os preços dos combustíveis no Brasil – está na média de US$ 80,36 contra a mínima de US$ 77,63, dos últimos 12 meses. A máxima atingida nesse período bateu em US$ 93,73.
Com relação ao WTI, que é o barril do petróleo produzido no Texas (EUA), está em US$ 76,68, em média. A mínima em 12 meses foi de US$ 71,90, e a máxima, em US$ 89,43.
Quais empresas são beneficiadas
As companhias que mais têm se destacado com as oscilações para cima do petróleo são a Petrobras ($PETR3; $PETR4) e a Prio ($PRIO3). A primeira, no começo do mês, chegou a um valor de mercado de R$ 506 bilhões, tendo um acréscimo de R$ 12,9 bilhões, graças à valorização de seus papéis na bolsa de valores.
Além disso, o dividend yield (DY) da companhia é significativo. Nos últimos 12 meses, pagou R$ 6 de dividendo por ação, aproximadamente. O que significa que o DY passou a ser de 17,16% para as ações preferenciais (PN) e 16,14% para as ações ordinárias (ON).
Resumindo, a piora do cenário geopolítico internacional tende a acelerar o aumento do preço do petróleo nos próximos meses, caso se confirmem os temores de um agravamento nos conflitos na Ucrânia e em Israel. O último grande choque do petróleo, com preços subindo repentinamente, foi em 1979, na Revolução Iraniana. Agora, com os conflitos armados piorando, o cenário se aproxima de preços novamente elevados.
Esse cenário todo justifica uma frase bem conhecida no setor: “o petróleo causa guerras”.
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