Quais as perspectivas para o petróleo em 2025? O preço do petrolífero enfrentou muita volatilidade em 2024, por conta da instabilidade do Oriente Médio, decisões da Opep e até mesmo nível dos estoques nos Estados Unidos.
No Oriente Médio, a crise, especialmente o conflito entre o Hezbollah e Israel, elevou os preços do petróleo em mais de 2% em outubro, refletindo temores de interrupções no fornecimento.
As oscilações na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) também contribuíram para a instabilidade. Em dezembro, a Opep+ decidiu manter os cortes de produção, visando equilibrar o mercado diante de um potencial excedente de oferta.
Nos Estados Unidos, a economia em pleno emprego sustentou uma demanda consistente por energia, enquanto a produção nacional atingiu níveis recordes. Em março de 2024, o Departamento de Energia dos EUA informou que o país produziu 12,9 milhões de barris por dia em 2023, superando o recorde anterior de 12,3 milhões de bpd de 2019.
No final do ano, o otimismo em relação à recuperação da economia chinesa trouxe novo fôlego aos preços, indicando que a segunda maior economia do mundo pode ter um papel importante na estabilização da demanda por petróleo em 2025.
As perspectivas para as empresas de petróleo e gás na América Latina no próximo ano permanecem positivas, com expectativas de que os preços das commodities se mantenham próximos ao custo marginal de produção.
Perspectivas para o petróleo: análise da EQI Research
O cenário para o petróleo no próximo ano é moldado por dois pilares principais: geopolítica e a limitada capacidade de expansão da oferta global, conforme destaca a EQI Research.
“Vemos pouco espaço para maior correção dos preços do petróleo a partir do nível atual, em torno de US$ 75 o barril Brent. Cremos que boa parte das revisões baixistas nas estimativas de demanda mundial ocorridas ao longo do segundo semestre de 2024 já estão precificadas, assim como a percepção momentânea de menor risco geopolítico em regiões importantes para a produção e/ou escoamento de petróleo. De fato, a EIA (Energy Information Administration) estima preço médio do barril Brent em US$ 74 em 2025, com o aumento de produção estimado de 1,6 milhão de barris por dia, principalmente de países que não participam da Opep. O crescimento de demanda é estimado em 1,3 milhão de barris por dia”, explica Felipe Reis, estrategista de ações da EQI Research.
“Continuamos positivos com as ações de Petrobrás. No solavanco geral do mercado acionário brasileiro nos últimos meses de 2024 o papel teve desempenho relativo muito superior ao Ibovespa. Creditamos tal fato às boas perspectivas de que a empresa mantenha sua geração de caixa forte, e, principalmente, à disposição de continuar distribuindo dividendos robustos aos acionistas, com retornos entre 10% e 15% no ano”, complementa.
Visão do BTG Pactual: setores de upstream em destaque
O BTG Pactual ($BPAC11) reforça a resiliência do setor de petróleo e gás na América Latina, apontando para oportunidades em empresas de exploração e produção (upstream).
No relatório, o banco destaca que, apesar da pressão de curto prazo nos preços devido ao aumento da produção nos EUA e à capacidade ociosa da Opep, o mercado já se aproxima do custo marginal estrutural de produção, o que limita quedas adicionais nos preços.
“Estamos otimistas com os nomes de E&P. Para moldar nossas preferências, as concentramos nas empresas que oferecem uma maior capacidade defensiva em ambientes de preços menores do petróleo, suportadas por menores custos de exploração/produção e uma forte geração de fluxo de caixa no curto prazo, como a Petrobras e a PRIO”, afirma o relatório do BTG.
Além disso, o banco enfatiza que a recente depreciação do real em relação ao dólar pode oferecer proteção aos portfólios de investidores com exposição a empresas como Petrobras ($PETR4), PRIO ($PRIO3) e Brava Energia ($BRAV3).
O impacto positivo da moeda forte se reflete nos fluxos de caixa antes de impostos, que aumentam cerca de 7,6% para cada variação de 10% no câmbio, segundo a análise do BTG.
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Geopolítica e transição energética: os motores do petróleo em 2025
O panorama global para o petróleo em 2025 sugere que a geopolítica continuará sendo o norte para o comportamento dos preços da commodity. Conflitos regionais e tensões em grandes áreas produtoras podem afetar a oferta de maneira abrupta, criando alta volatilidade nos mercados.
Paralelamente, os esforços globais para acelerar a transição energética ainda não se traduzem em uma queda significativa na demanda por petróleo, como explica a EQI Research. O subinvestimento em novas explorações, combinado com o custo crescente de capital, restringe a capacidade de atender à demanda global no médio prazo.
O que será 2025 para o petróleo?
O ano de 2025 será um período decisivo para o mercado de petróleo, onde a combinação de fatores geopolíticos, econômicos e estruturais determinará a trajetória dos preços. Apesar das incertezas de curto prazo, tanto a EQI Research quanto o BTG Pactual veem potencial de valorização das ações do setor, especialmente em empresas de exploração e produção com baixos custos operacionais e sólida geração de caixa.
Nesse contexto, a América Latina, com destaque para Petrobras e PRIO, se posiciona como uma região de boas oportunidades, oferecendo proteção e crescimento em meio à volatilidade recente do mercado.
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