As ações da Peloton (PTON) subiram mais de 15% no pregão da última quarta-feira (27) na Nasdaq. Os ativos tiveram uma boa valorização após a Peloton anunciar uma parceria de conteúdo de cinco anos com a Lululemon (LULU; $L1UL34), varejista multinacional canadense de roupas esportivas.
O conteúdo da Peloton será destinado para o aplicativo de exercícios da Lululemon. Por sua vez, a Lululemon se tornará a parceira principal de vestuário esportivo da Peloton, e um número selecionado de instrutores da Peloton se tornará embaixadores da varejista de roupas esportivas.
Apesar das ações da Peloton terem disparado, as ações da varejistas de roupas ficaram praticamente estáveis. Nos últimos cinco dias, os papéis avançaram apenas 0,14%.
Como parte do anúncio, a Lululemon disse que planeja parar de vender o Mirror, que permite aos usuários transmitir aulas de exercícios, até o final do ano.
A empresa estava explorando a venda do produto depois que as vendas ficaram abaixo das expectativas e a Lululemon teve que fazer uma cobrança de desvalorização de US$ 443 milhões relacionada ao equipamento, disse a empresa no início deste ano.
Segundo uma reportagem da CNBC, o conteúdo da Peloton será acessível por meio do Mirror, mas o destino do dispositivo Mirror e se a divisão será vendida ainda não está claro.
Mesmo com a parceria de conteúdo entre as marcas, vale mencionar que as vendas dos produtos de fitness conectados da Peloton têm caído constantemente desde o auge da pandemia, então a empresa concentrou-se no conteúdo como sua principal proposta de valor.
Sua parceria com a Lululemon marcará a primeira vez que a Peloton compartilhará esse conteúdo valioso com outra empresa, exceto por uma parceria menor com a Delta Air Lines que oferece aulas de meditação e movimento para passageiros.
O aplicativo da Lululemon tem cerca de 13 milhões de membros, quase o dobro do total de membros globais da Peloton, que é de cerca de sete milhões. Nos termos do acordo com a Lululemon, a Peloton não terá acesso aos membros que consomem seu conteúdo.
- Leia também: REITs: como gerar dividendos em dólar
Conheça a Peloton

Fundada em 2012 em Nova York, a Peloton é uma empresa do mercado de fitness e tecnologia. O cerne da Peloton é sua plataforma de fitness conectada, que combina equipamentos de alta qualidade, como bicicletas ergométricas e esteiras, com uma extensa biblioteca de conteúdo de treinamento.
Os equipamentos vêm equipados com telas interativas que permitem aos usuários participar de aulas ao vivo ou sob demanda, ministradas por instrutores altamente qualificados. Esta abordagem torna o exercício mais acessível e conveniente, eliminando a necessidade de se deslocar para a academia.
A Peloton criou uma comunidade global de pessoas fitness. Os membros podem se conectar virtualmente, competir, compartilhar conquistas e se motivar mutuamente. Esta rede social de fitness ajuda a manter a motivação e o compromisso com seus objetivos de condicionamento físico.
Os instrutores da Peloton são uma parte essencial da experiência. Eles são especialistas em suas áreas e proporcionam motivação e orientação durante cada treino.
Além de equipamentos de fitness, a Peloton oferece uma gama de aplicativos de fitness, streaming de música e conteúdo relacionado à saúde.
Fundador da Peloton entrou em grupo de bilionários durante a pandemia
Durante a pandemia de covid-19, John Foley, o fundador da Peloton, conquistou um lugar no grupo de bilionários, graças à valorização das ações de sua empresa.
Em 2013, esse empreendedor americano, também um entusiasta ciclista, arrecadou US$ 307 mil por meio de um vídeo publicado no Kickstarter, destinado ao lançamento de sua startup.
Anteriormente, Foley havia ocupado o cargo de ex-presidente da divisão de comércio eletrônico da Barnes & Noble.
Seu objetivo era levar às pessoas aulas de spinning (ciclismo indoor) oferecidas em academias diretamente para as casas das pessoas. No vídeo, Foley demonstrou grande entusiasmo por sua visão, comparando o compromisso da Peloton em desenvolver tanto o hardware quanto o software ao da Apple.
Entretanto, na época, Foley não poderia prever que, sete anos depois, uma pandemia fecharia academias de ginástica em todo o mundo e desencadearia um boom nos exercícios em casa. Esse crescimento ocorreu logo após a estreia da Peloton na Bolsa de Valores.
Até março de 2020, as ações da Peloton registraram um aumento impressionante de cerca de 350%, o que levou a fortuna pessoal de Foley a atingir a marca de US$ 1,2 bilhão, conforme relatado pelo Índice de Bilionários da Bloomberg.
- Veja também: Renda Fixa Digital: o que é? Vale investir?
CEO da Peloton diz que a empresa não está a beira da falência
No início de 2023, o CEO da Peloton, Barry McCarthy, disse que o fluxo de caixa melhorou e teve um prejuízo menor no 4TRI22, quatro trimestre de 2022.
Ainda que as vendas tenham continuado com a tendência de queda, elas ainda conseguiram gerar caixa positivo para a companhia.
Durante as restrições sanitárias durante a pandemia, a Peloton verificou um aumento na demanda, mas teve uma queda nos últimos meses com os consumidores retornando para os antigos padrões.
Há um ano, sob o plano de recuperação implementado por McCarthy, a Peloton reduziu despesas e agora obtém mais receita com serviços do que com a venda de suas bicicletas ergométricas.