O investidor Luiz Barsi Filho afirmou que continua defendendo a necessidade de um novo laudo de avaliação da oferta pública de aquisição (OPA) da Cielo (CIEL3). Em fevereiro, o maior investidor individual da bolsa brasileira se juntou a seis gestoras para questionar a avaliação da saída da empresa do Novo Mercado.
O pedido de Barsi vem mesmo após Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) terem elevado a oferta pela OPA da Cielo.
O investidor emitiu uma nota dizendo que não foi procurado pelos controladores e ficou sabendo da nova proposta por meio de outros fundos, momentos antes da assembleia.
“Mantemos nossa posição de que um novo laudo seria a forma mais transparente e justa de lidarmos com os controladores. Não somos contra a OPA, mas a empresa deveria adotar um sistema de discussão que beneficiasse todos os acionistas de forma igualitária, especialmente os pequenos investidores pessoas físicas”, comunicou ao jornal Valor Econômico.
- Veja também: OPA: entenda o que é uma Oferta Pública de Aquisição
OPA da Cielo: entenda reviravolta
Na terça-feira (2), horas antes da assembleia de acionistas que votaria a exigência de um novo laudo da OPA da Cielo, os bancos elevaram sua oferta pela empresa e conseguiram trazer quatro gestoras que originalmente questionaram o valor (Encore, Clave, XP e AZ Quest). Permaneceram apenas duas no grupo inicial: Ibiuna e Mantaro. A assembleia foi suspensa por 21 dias.
Agora, a dúvida fica em torno da pauta na retomada da assembleia. Para a exigência de um novo laudo ser aprovada, será necessário o apoio de 50% mais um dos votos presentes. Os controladores não votam.
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Barsi e Adler se juntam a minoritários
No final de fevereiro, um grupo de acionistas minoritários da Cielo, que tem as participações dos bilionários Luiz Barsi e Victor Adler, se mostrou insatisfeito com o preço oferecido por Bradesco e Banco do Brasil na oferta pública de aquisição de ações para tirar a empresa de meios de pagamento da bolsa.
Eles alegam que o laudo de avaliação feito pelo Bank of America para os controladores contém erros básicos que subestimam o valor da companhia.
Segundo o jornal Valor Econômico, o grupo era responsável por quase 15% das ações da Cielo. O objetivo era convencer os bancos sem entrar em uma disputa judicial.
Segundo eles, um ajuste nas premissas utilizadas pelo banco elevaria o preço dos papéis dos R$ 5,35 propostos para R$ 7,89, e a comparação a outras empresas do setor listadas em Bolsa o elevaria a R$ 8,61. Sob estas premissas, o desembolso dos dois bancos sairia dos R$ 5,9 bilhões previstos na proposta original para algo entre R$ 8,7 bilhões e R$ 9,5 bilhões.