A Cielo (CIEL3) decidiu atender ao pedido de seus acionistas minoritários, que inclui seis gestoras e os bilionários Luiz Barsi e Victor Adler, para aumentar o preço por ação da oferta pública de aquisição de ações (OPA) para R$ 5,60.
A proposta tem como objetivo a conversão do registro de companhia aberta da Cielo da categoria “A” para a “B” e a sua saída do Novo Mercado. O valor sugerido será ajustado com base em diversos fatores, incluindo dividendos futuros, a variação da taxa CDI e possíveis grupamentos ou desdobramentos de ações.
Os acionistas minoritários, que detêm cerca de 7% do capital social da Cielo, solicitaram o aumento do preço da ação em três ocasiões, conforme divulgado nos fatos relevantes dos dias 21, 23 e 29 de fevereiro.
Em resposta, os acionistas controladores, Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), se comprometeram a adotar as medidas necessárias para que o preço por ação oferecido seja igual ao novo preço proposto. Isso ocorrerá desde que não seja aprovada a elaboração de uma nova avaliação das ações na Assembleia Especial e que os acionistas minoritários cumpram com as obrigações assumidas.
A Assembleia Especial, que ocorrerá hoje às 10h, poderá ter seus trabalhos suspensos para que os acionistas minoritários possam analisar o novo preço da oferta. Na retomada dos trabalhos, os acionistas minoritários se comprometeram a votar contra a realização de um novo laudo de avaliação da Companhia. Eles entendem que a realização da oferta pelo novo preço atende ao melhor interesse dos cotistas dos fundos que eles administram.
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Cielo: entenda o pedido dos sócios minoritários
Os acionistas minoritários da Cielo reclamaram do preço proposto por Bradesco e Banco do Brasil na OPA de ações para retirar a empresa de meios de pagamento da bolsa de valores. Eles argumentaram que o laudo de avaliação preparado pelo Bank of America para os controladores subestima o valor da empresa devido a erros fundamentais.
De acordo com o jornal Valor Econômico, o grupo, que também inclui seis gestoras e detém quase 15% das ações da Cielo, está buscando persuadir o BB e o Bradesco a corrigir esses problemas sem recorrer a uma ação judicial. As gestoras que lideram essa iniciativa são Encore, Clave, Mantaro, Ibiuna Ações, Ibiuna Macro, XP Gestão de Recursos e AZ Quest.
Uma fonte do jornal indicou que os investidores não estão buscando negociar com base em um potencial crescimento futuro da empresa, como aconteceu no caso da Rede, que foi adquirida pelo Itaú (ITUB4). Em vez disso, eles estão focados em corrigir os erros no laudo atual.
Com esse objetivo, eles solicitaram a convocação de uma assembleia geral extraordinária para aprovar a exigência de um novo laudo de avaliação, a ser realizado por uma instituição independente. Se isso ocorrer, a Cielo teria que oferecer aos acionistas que aderirem à OPA o maior preço entre os dois laudos.
Eles acreditam que um ajuste nas premissas usadas pelo banco aumentaria o preço das ações de R$ 5,35 para R$ 7,89, e uma comparação com outras empresas do setor listadas na bolsa elevaria o preço para R$ 8,61. Sob essas premissas, o desembolso dos dois bancos aumentaria dos R$ 5,9 bilhões previstos na proposta original para algo entre R$ 8,7 bilhões e R$ 9,5 bilhões.
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OPA da Cielo
Bradesco e Banco do Brasil divulgaram planos para uma OPA com o objetivo de adquirir as ações da Cielo atualmente no mercado e, assim, retirá-la da bolsa. De acordo com a empresa, a oferta por ação será de R$ 5,35, um aumento de 6,4% em relação ao fechamento do mercado do dia 5 de fevereiro. No pré-mercado desta terça-feira (02), as ações CIEL3 estão cotadas a R$ 5,42.
A oferta será realizada em conjunto pelos dois bancos, EloPar – uma holding controlada por eles, Alelo e Livelo, com a possibilidade de adquirir até 100% das ações em circulação no mercado.
O laudo de avaliação foi preparado pelo Bank of America, e a OPA será gerenciada pelo Bradesco BBI. Em uma nota ao mercado, o Banco do Brasil indicou que sua participação na empresa pode chegar a 49,99% do capital, com o Bradesco detendo o restante. Atualmente, o Bradesco possui 30,6% do capital social através da Quixaba Participações, e o Banco do Brasil possui 28,65% através da BB Elo Cartões. As ações em livre circulação, ou free float, representam 40,57%, ou 1,102 bilhão de ações.
A operação, que tem como objetivo simplificar a estrutura societária e reduzir custos, está sujeita a várias aprovações, incluindo a dos acionistas minoritários, que devem aderir à oferta em pelo menos dois terços.
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