As ações da CSN ($CSNA3) derretem mais de 10% nesta sexta-feira (9), sendo negociadas a R$ 8,58, figurando entre as principais quedas do Ibovespa. Mas o que está acontecendo com os papéis da companhia siderúrgica?
A resposta pode estar no balanço que a companhia divulgou na véspera. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 732 milhões no primeiro trimestre de 2025, aprofundando em 52,5% as perdas do mesmo período do ano passado, quando atingiram R$ 480. Em comparação com o quarto trimestre de 2024, quando as perdas somaram R$ 85 milhões, a deterioração foi ainda mais acentuada, com avanço de 761,2% no resultado negativo.
Os dados refletem um cenário desafiador para a companhia, que enfrenta dificuldades operacionais e de mercado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou R$ 1,859 bilhão no trimestre, o que representa uma queda de 17,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Por outro lado, na comparação anual, o indicador mostrou recuperação, com alta de 27,5% frente ao primeiro trimestre de 2024.
O analista Felipe Paletta, da EQI Research, avaliou que apesar da empresa ter entregado um crescimento de receita um pouco abaixo do que o mercado esperava, a grande frustração veio do resultado financeiro.
“Estamos falando de uma empresa que continua bastante alavancada, negociando a um múltiplo de dívida líquida EBITDA acima de 3,3 vezes e tem uma estrutura de dívida mais cara do que os seus pares comparáveis, como é o caso de Usiminas ($USIM5) e da Gerdau ($GGBR4), por exemplo. E sofreu particularmente nesse trimestre no setor de cimento. Foi um dos pontos que frustrou as expectativas do mercado e isso resultou em uma discrepância muito grande no que o mercado vinha estimando em termos de geração de lucro”, avaliou Paletta.

Controlada da CSN também cai forte
E não é apenas a CSN que tem queda intensa. Sua controlada, a CSN Mineração ($CMIN3) também apresentou resultados e ação recua mais de 5%, a R$ 5,84.
A CSN Mineração informou um prejuízo líquido de R$ 357 milhões, revertendo o lucro de R$ 2,016 bilhões obtido no quarto trimestre de 2024. Na comparação anual, o desempenho também foi negativo ante o lucro de R$ 558 milhões registrado no primeiro trimestre do ano passado.
Já o EBITDA ajustado da mineradora ligada à CSN atingiu R$ 1,427 bilhão no período, recuando 29,2% na comparação trimestral e apresentando crescimento de 27% ante o primeiro trimestre de 2024.
A margem EBITDA ajustada caiu 9,8 pontos percentuais (para 41,8%) em relação ao trimestre anterior, mas avançou 1,7 p.p. na base anual, refletindo pressões nos custos operacionais.