O Morgan Stanley (MS; MSBR34) rebaixou a recomendação de investimento para o Brasil na América Latina, classificando o país como underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente a “venda”).
Segundo o relatório do banco americano, a queda da recomendação reflete as crescentes preocupações com o cenário fiscal brasileiro.
Projeções para o Ibovespa
Apesar do rebaixamento, o Morgan Stanley prevê um preço-alvo para o Ibovespa de 146 mil pontos no cenário-base até o final de 2025, o que representa um potencial de valorização de 14% em relação ao fechamento da última segunda-feira (18), de 127.768 pontos.
O banco delineia três cenários possíveis para o mercado brasileiro:
Cenário-base
O governo continuaria avançando “aos trancos e barrancos” nas questões fiscais, implementando cortes de gastos próximos às expectativas do mercado (cerca de R$ 50 bilhões). Essa abordagem manteria a taxa de juros em níveis elevados, mas evitaria uma recessão.
Nesse caso, o crescimento econômico e os lucros desacelerariam, mas o Ibovespa alcançaria os 146 mil pontos.
Cenário otimista
Caso o Brasil adote uma política de contenção fiscal mais agressiva e promova um modelo de crescimento voltado para exportações e investimentos, o índice poderia atingir 160 mil pontos até o final de 2025, o que significaria uma valorização de 25%.
Esse contexto inclui um “pouso suave” da economia, maior confiança dos investidores e aumento de fluxos de capital para o mercado de ações.
Cenário pessimista
No pior cenário, o Ibovespa cairia para 105 mil pontos, uma queda de 18% em relação ao fechamento mais recente. Esse desfecho seria impulsionado por um crescimento global mais fraco, queda nos preços das commodities e continuidade de gastos elevados pelo governo antes das eleições presidenciais de 2026.
O impacto seria uma desaceleração econômica, aumento da aversão ao risco e perda de confiança dos investidores.
- Leia também: Morgan Stanley supera expectativas no 3TRI24
- Existe mesmo Rally de Natal? Conheça um estudo que explica o fenômeno
Preocupações fiscais em destaque
“O Brasil permanece em um impasse fiscal que provavelmente necessitará de um ponto de virada”, afirmou o Morgan Stanley no relatório.
O banco destacou que a capacidade do governo de transmitir credibilidade em suas metas fiscais será determinante para manter a confiança de investidores domésticos e internacionais.
Ainda que medidas como o corte de despesas sejam esperadas, a persistência de incertezas fiscais dificulta a estabilização das expectativas econômicas.
Segundo o Morgan Stanley, a manutenção de taxas de juros elevadas pode conter o crescimento econômico, criando um cenário de maior pressão para o mercado brasileiro.
Diante disso, o banco destaca os desafios do governo em encontrar um equilíbrio entre responsabilidade fiscal e a retomada da economia, ao mesmo tempo em que precisa preservar a confiança dos investidores no mercado de capitais do país.
Você leu sobre Morgan Stanley. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!