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Qual o impacto das tarifas americanas no mercado de opções?

Qual o impacto das tarifas americanas no mercado de opções?

Olá, investidor! Nos últimos dias, especialmente nas últimas horas, temos visto movimentos importantes no cenário econômico global que merecem a atenção de quem acompanha e bolsa e o mercado de opções. As tensões comerciais, que já eram um tema recorrente desde a eleição americana, ganharam um novo capítulo com anúncios de tarifas por parte da gestão Trump, com tarifas em escalada global, incluindo, desta vez, uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros. Não somos mais só espectadores de uma briga entre gigantes, estamos diretamente envolvidos.  

E, como era de se esperar, o mundo reagiu. Vemos líderes de vários países condenando a medida, e potências como Reino Unido e União Europeia já falando em preparar suas próprias respostas, suas retaliações. Isso, naturalmente, gera reações e reposicionamentos globais, com outros países sinalizando possíveis contramedidas. 

É um cenário que adiciona complexidade e volatilidade aos mercados, e vale a pena a gente analisar com calma como isso pode nos afetar aqui no Brasil, especialmente nossos investimentos na bolsa de valores brasileira. 

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Tarifas e opções: entendendo a dinâmica na bolsa 

Quando o ambiente externo fica mais incerto, a nossa Bolsa costuma refletir isso. Podemos observar como alguns fatores costumam se comportar em cenários de incerteza: 

  • Sentimento do Investidor: É natural que, em momentos de maior incerteza global, haja um aumento da aversão ao risco. Investidores tendem a buscar mais segurança, o que pode levar a uma saída de capital de mercados emergentes como o nosso, pressionando as cotações. 
  • Perspectivas Econômicas: As novas tarifas, tanto as diretas sobre o Brasil quanto as sobre outros grandes players, e a desaceleração global podem levar a uma revisão das expectativas de crescimento e, consequentemente, dos lucros futuros esperados das empresas listadas. Isso é um fator que o mercado costuma precificar. 
  • Câmbio: Observamos uma pressão sobre as moedas emergentes, e o nosso Real não deve ser exceção. Uma desvalorização cambial impacta as empresas de formas diferentes – encarece custos para importadores e endividados em dólar, mas pode beneficiar a receita em Reais de exportadores. O balanço final desse efeito no índice Bovespa depende muito da composição das empresas e da intensidade dos outros fatores. 
  • Commodities: Sendo um grande exportador de commodities, o Brasil é sensível às variações de preços desses produtos, que por sua vez são influenciados pela demanda global. Uma desaceleração pode pressionar essas cotações. 
  • Juros (Selic): A dinâmica cambial e inflacionária pode influenciar as decisões do Banco Central sobre a taxa Selic, um fator sempre relevante para a atratividade relativa da renda variável. 

Como isso afeta as opções? 

Com a volatilidade em alta, as opções voltam ao radar de muitos investidores. É fundamental lembrar que elas são instrumentos que exigem conhecimento. Vejo basicamente duas formas principais de pensar nelas neste contexto.  

Para a gestão de risco, quem tem uma carteira de ações e busca proteger o capital contra quedas mais acentuadas, a compra de opções de venda (puts) pode ser uma estratégia válida, funcionando como um “seguro”.

Claro, existe o custo desse seguro, o prêmio da opção. Aqui, um ponto importante a notar: em cenários como o atual, onde a incerteza sobre o futuro aumenta, observamos também um aumento da volatilidade esperada pelo mercado, a chamada volatilidade implícita.

Essa volatilidade é um componente chave no preço das opções. Quanto maior a expectativa de que os preços dos ativos possam variar bruscamente, tanto para cima quanto para baixo, mais caras as opções tendem a ficar. Especificamente no caso das puts, além do efeito geral da volatilidade, a maior demanda por proteção, em que mais gente quer comprar o “seguro” também pode pressionar seus preços para cima. Ou seja, proteger a carteira com Puts pode ficar mais caro justamente quando a percepção de risco aumenta. 

O outro objetivo de uso das opções pode estar direcionado para posicionamento estratégico ou especulação. A volatilidade também cria oportunidades para quem busca lucrar com movimentos de preço, seja na alta ou na baixa. No entanto, é preciso muita cautela e conhecimento técnico, pois o risco de perdas em movimentos direcionais é consideravelmente elevado, especialmente em cenários de difícil previsibilidade como o atual. O mesmo aumento de volatilidade que encarece as puts para proteção, também encarece as opções para quem busca especular, exigindo movimentos de preço ainda maiores para que a operação seja lucrativa. 

Então antes de se posicionar, meu conselho é que tenha bem estruturado o seu plano de risco, avalie os possíveis cenários e não coloque o seu patrimônio em riscos adicionais desnecessários. 

Olhando adiante 

O cenário atual exige, sem dúvida, atenção e uma postura analítica. As tarifas e as reações globais introduzem novas variáveis que precisam ser monitoradas. Principalmente para os investidores, acredito que o caminho passa por manter a calma, reavaliar se as estratégias estão adequadas ao ambiente e, principalmente, focar nos fundamentos e nos nossos objetivos de longo prazo. Não é hora para reações exageradas, mas sim para informação de qualidade e decisões bem ponderadas.  

E se você gostou do conteúdo, continue nos acompanhando no aplicativo da EQI+. Lá é possível acompanhar nosso painel de opções atualizado diariamente, com oportunidades focadas em geração de renda e proteção. 

Por Larissa Lima, analista da EQI Research

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