O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a linha de transmissão que apresentou falhas e deu origem ao apagão na terça-feira (15), no Ceará, pertence à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). A empresa é subsidiária da Eletrobras (ELET3; ELET6).
Silveira disse que a empresa contatou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) admitindo o erro e confirmando que houve uma falha sistêmica. O órgão é responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN).
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“O evento foi considerado, a princípio, de pequena magnitude. Isoladamente, não era suficiente para causar colapso do sistema como um todo. Ou seja, a partir desse evento, que ocorreu em uma linha de Eletrobras, da Chesf, por um erro de programação, o sistema não se protegeu como deveria ter acontecido e ocasionou uma série de outras falhas do sistema, que serão apuradas pelo ONS”, disse.
Subsidiária da Eletrobras: falha humana ou sistêmica
O problema na linha de transmissão Quixadá/Fortaleza levou ao apagão que atingiu regiões em 25 estados e no Distrito Federal (DF). Segundo o ministro, ainda não é possível apontar se o erro foi resultado de falha humana ou sistêmica.
Alexandre Silveira disse que o ONS ainda não identificou os eventos que aconteceram depois da primeira falha. “Nosso sistema é tão robusto que, um evento em si, não seria capaz de derrubar o sistema como um todo. Ou seja, foi uma série de eventos que serão agora detalhados pelo ONS.”
Roraima foi o único estado a não ser afetado pelo apagão, uma vez que a localização não está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Sobre atuação do ONS, quando questionado, o ministro afirmou que o operador tem um procedimento padrão para episódios como o apagão desta semana. “O procedimento é aumentar o volume de segurança do sistema, por isso tomou procedimentos para suspender, no caso específico, a questão intermitente e garantir maior resiliência do sistema”, afirmou. “Não tem correlação direta com incidente.”
Eletrobras responde
Pouco depois do ministro Alexandre Silveira afirmar que o apagão começou em uma linha subsidiária da Eletrobras, a companhia comunicou que a ocorrência apontada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não seria suficiente para causar o desabastecimento.
A Eletrobras confirmou que houve um desligamento na linha de transmissão Quixadá/Fortaleza por “atuação indevida do sistema de proteção”.
“A Eletrobras informa que identificou o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá II/Fortaleza II, por atuação indevida do sistema de proteção, milissegundos antes da ocorrência de 15/08/2023, às 8h31, envolvendo o Sistema Interligado Nacional – SIN. Ressalta-se que o desligamento da citada linha de transmissão, de forma isolada, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido”, comunicou a companhia em nota.