O portal EuQueroInvestir traz mais uma novidade: o Ações Internacionais, que chega para destacar os principais acontecimentos que movimentam o mercado acionário de Nova York. A publicação reunirá os fatos mais relevantes que impactam Wall Street.
A proposta é oferecer uma visão clara e objetiva sobre o comportamento das empresas listadas nas bolsas americanas e seus reflexos no cenário global, acompanhando de perto os movimentos de investidores e as oscilações das principais ações listadas na NYSE e na Nasdaq.
Confira:
A Novo Nordisk (NVO; $N1VO34) consolidou na sexta-feira (14): o acionista controlador — a Fundação Novo Nordisk — reforçou seu domínio, ampliando a participação na companhia.
O Walmart (WMT; WALM34) anunciou que seu CEO, Doug McMillon, se aposentará no início do próximo ano, encerrando uma gestão iniciada em 2014.
A Merck (MRK; MRCK34) anunciou um acordo de quase US$ 9,2 bilhões para adquirir a Cidara Therapeutics.
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Confira os destaques das ações internacionais:
Novo Nordisk passa por reformulação após conflito interno
A Novo Nordisk (NVO; $N1VO34) consolidou na sexta-feira uma ampla reformulação em sua liderança, marcando mais um capítulo de turbulência para a fabricante de medicamentos para diabetes e perda de peso. O acionista controlador — a Fundação Novo Nordisk — reforçou seu domínio sobre a companhia, mesmo diante da insatisfação manifestada por acionistas minoritários.
A mudança ocorre em um momento crítico: as ações da Novo vêm acumulando fortes quedas, enquanto a confiança dos investidores segue em deterioração. O mercado questiona a capacidade da empresa de manter sua posição dominante no segmento de medicamentos para emagrecimento, um dos mais lucrativos do setor farmacêutico global.
O movimento de reestruturação culminou na substituição dos membros independentes do conselho, incluindo o presidente Helge Lund. A decisão foi motivada por um impasse considerado irreconciliável entre o conselho atual e o conselho da Fundação Novo Nordisk, que detém mais de 75% dos votos e liderou o processo de mudança. A intenção de renovação havia sido anunciada em 21 de outubro.
Lund foi substituído por Lars Rebien Sørensen, figura veterana dentro da companhia e atual presidente do conselho da Fundação. Aos 71 anos, Sørensen acumula ainda a experiência de ter sido CEO da Novo Nordisk entre 2000 e 2016. Também foram eleitos Cees de Jong como vice-presidente, além de Britt Meelby Jensen e Stephan Engels como novos membros do colegiado. As alterações foram aprovadas com ampla maioria: 93% dos votos.
A reestruturação também foi marcada pela desistência de Mikael Dolsten, ex-chefe de pesquisa e desenvolvimento da Pfizer, que retirou sua candidatura ao conselho pouco antes da reunião. Segundo Sørensen, a saída ocorreu devido a “uma situação relacionada ao seu antigo empregador”. Até recentemente, a Novo Nordisk travava uma disputa acirrada com a Pfizer em comparação com a empresa de biotecnologia Metsera.
Walmart anuncia aposentadoria de CEO após 12 anos no cargo
O Walmart (WMT; WALM34) anunciou que seu CEO, Doug McMillon, se aposentará no início do próximo ano, encerrando uma gestão marcada pela transformação da maior varejista dos Estados Unidos em um gigante do comércio eletrônico. A transição de liderança foi divulgada pela empresa em comunicado nesta sexta-feira.
McMillon, que ocupa o comando desde fevereiro de 2014, deixará oficialmente o cargo em 31 de janeiro. Apesar da aposentadoria, ele permanecerá ligado à companhia: continuará como executivo e atuará como consultor até 31 de janeiro de 2027, garantindo uma transição gradual e continuidade estratégica.
O sucessor será John Furner, líder da rede nos EUA, que assumirá o posto em 1º de fevereiro. Aos 51 anos, Furner lidera desde 2019 a maior operação da companhia, composta por mais de 4.600 lojas em território americano. Sua trajetória no Walmart começou em 1993, quando ingressou como funcionário horista, até ascender aos cargos mais altos da organização.
Merck compra Cidara Therapeutics por US$ 9,2 bilhões
A Merck (MRK; MRCK34) anunciou um acordo de quase US$ 9,2 bilhões para adquirir a Cidara Therapeutics, garantindo acesso a um medicamento experimental contra a gripe e reforçando sua estratégia de diversificação antes da expiração da patente do Keytruda, seu tratamento oncológico mais lucrativo. O negócio foi divulgado pelas empresas nesta sexta-feira.
Pelos termos do acordo, a Merck pagará US$ 221,50 por ação da Cidara, representando um prêmio de 108,9% em relação ao último preço de fechamento. A reação do mercado foi imediata: as ações da Cidara dobraram de valor, atingindo US$ 217,89, enquanto os papéis da Merck recuaram 1,3%.
A Cidara, que na quinta-feira possuía uma capitalização de mercado de US$ 3,3 bilhões, torna-se assim mais um ativo estratégico incorporado ao portfólio da Merck. A farmacêutica busca reduzir sua dependência do Keytruda, cuja proteção de patente expira ainda nesta década, pressionando a empresa a acelerar investimentos em novas terapias.
Desde 2021, a Merck quase triplicou o número de produtos em fase final de desenvolvimento, combinando pesquisa interna com aquisições de grande porte. Entre elas, destaca-se a compra da Acceleron por US$ 11,5 bilhões, que adicionou ao portfólio o Winrevair, medicamento destinado ao tratamento de hipertensão arterial pulmonar.
Com o novo acordo, a Merck reforça sua posição competitiva no setor biotecnológico e amplia suas apostas em terapias inovadoras para enfrentar o período pós-Keytruda.






