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Crise na Americanas (AMER3) já era conhecida por executivos, diz site

Crise na Americanas (AMER3) já era conhecida por executivos, diz site

A crise na Americanas (AMER3) estourou em 11 de janeiro, quando a empresa publicou fato relevante citando uma “análise preliminar” que havia verificado inconsistências contábeis na casa dos R$ 20 bilhões referentes ao terceiro trimestre de 2022, entre outros motivos por causa de operações de risco sacado não registradas em balanço.

Mas documentos internos da empresa, obtidos pelo site NeoFeed, apontam que o problema já era conhecido antes mesmo da posse do CEO Sergio Rial, que assumiu o cargo em 2 de janeiro e renunciou logo após revelar a fraude contábil.

No período entre outubro e dezembro, há registros de conversas sobre os números da empresa envolvendo nomes como o ex-CEO Miguel Gutierrez; os ex-executivos Anna Saicali, Marcio Cruz, Timotheo Barros, Christina Nascimento, Thiago Mendes Barreira, Breno Lima, Fabio Abrate e Marcelo Nunes; e os conselheiros Carlos Alberto Sicupira, Celso Louro, Eduardo Saggioro e Paulo Lemann.

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O site teve acesso a duas planilhas financeiras compartilhadas entre os executivos e o conselho mostrando que, de janeiro a novembro do ano passado, a rede varejista já acumulava um Ebitda negativo. O planejamento previa um número de R$ 3,16 bilhões, mas o valor registrado até novembro era de R$ 2,4 bilhões. Uma nota no rodapé, porém, apontada que “o resultado de nov/22 apresentado desconsidera os efeitos não recorrentes da venda de estoque com baixo giro: aproximadamente R$ -1,4 bilhão no Ebitda”.

Outros indicadores mostravam uma situação financeira complicada: o GMV (volume bruto de mercadorias) orçado em R$ 55,1 bilhões para o ano, por exemplo, já estava R$ 6,42 bilhões abaixo em novembro. E o prejuízo líquido até novembro era de R$ 760 milhões.

Entre julho e outubro do ano passado, a receita bruta orçada da Americanas ficou dois dígitos abaixo do registrado em 2021. A expectativa era que o último trimestre, com datas importantes para o faturamento da rede varejista, pudesse, pelo menos, minimizar esse problema. Em outubro, porém, as vendas do Dia das Crianças tiveram recuo de 11,7% em relação a 2021. Também houve queda nas vendas de novembro, puxadas pela Black Friday, e de dezembro, antes do Natal – tudo documentado por e-mail para executivos e conselheiros.

As trocas de mensagens, segundo o site, indicam que o conselho de administração tinha conhecimento que o caixa da companhia entraria em colapso e a Americanas precisaria de uma captação, seja via empréstimo ou injeção de capital.

Ao longo do ano de 2022, as ações AMER3 foram derretendo: de R$ 30,53 no início de pregão de 3 de janeiro, o valor caiu a R$ 9,65 na virada do ano, e hoje, depois da crise, estão sendo negociadas a menos de R$ 1.

O jornal Valor Econômico publicou que o ex-CEO Miguel Gutierrez está reunindo e-mails e mensagens de WhatsApp entre o alto escalão da Americanas que serão anexadas, nos próximos dias, em processo entre a varejista e o Bradesco (BBDC4) e também na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Na última segunda-feira (11), a empresa enviou um comunicado à imprensa refutando argumentos de Gutierrez apresentados na ação em que o Bradesco questiona o papel dos acionistas de referência da rede varejista.

Crise na Americanas (AMER3): empresa contesta perícia da Kroll

Ainda em referência ao processo movido pelo Bradesco, a Americanas apresentou à 2ª Vara Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem de São Paulo uma ação de suspeição contra o banco questionando a participação da empresa de investigação privada Kroll como responsável pela perícia judicial nesse processo. 

Ao buscar acesso aos e-mails trocados por executivos da varejista, o banco pediu que a empresa fizesse uma perícia do conteúdo das mensagens. Segundo a Americanas, isso representa um conflito de interesses por existir uma “parceria concomitante da Kroll e advogados contratados pelo Bradesco em outra demanda de relevância similar”.

Segundo a empresa, a Kroll prestou consultoria a um escritório contratado pelo Bradesco que atua numa ação envolvendo os fundadores da Kabum, o Itaú BBA e a Magazine Luiza. “Essa parceria concomitante traz sérias dúvidas sobre a necessária imparcialidade da Kroll”, diz a Americanas.

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