A Cemig (CMIG4), em seu balanço referente ao terceiro trimestre de 2025 (3TRI25), registrou lucro líquido de R$ 796,7 milhões, uma queda expressiva de 75,7% em relação aos R$ 3,28 bilhões contabilizados no mesmo período de 2024. O resultado foi impactado, sobretudo, pela forte redução nas outras receitas operacionais, que no ano anterior haviam sido impulsionadas por efeitos extraordinários.
A receita líquida somou R$ 10,62 bilhões, avanço de 4,6% na comparação anual. Apesar da alta, o crescimento dos custos operacionais superou o desempenho das receitas. Os custos totais atingiram R$ 9,02 bilhões, aumento de 6,2%, refletindo principalmente a alta de 19,9% nos custos de construção de infraestrutura e de 4,3% nas despesas com energia elétrica e gás.
Com isso, o lucro bruto recuou 3,5%, ficando em R$ 1,60 bilhão. O trimestre também foi marcado por uma mudança significativa nas linhas de despesas e outras receitas. Enquanto no 3TRI24 a companhia havia registrado um ganho de R$ 3,15 bilhões em outras receitas — relacionado a eventos não recorrentes —, em 2025 esse item não teve impacto positivo similar, contribuindo para a deterioração do resultado operacional.

Cemig no 3TRI25: despesas mais do que dobram
Outras despesas também cresceram, subindo 154,1%, para R$ 263,1 milhões. As perdas de créditos esperadas totalizaram R$ 60,3 milhões, revertendo o efeito positivo de R$ 50,6 milhões observado um ano antes. Já as despesas gerais e administrativas caíram 5,4%, para R$ 195,3 milhões, sinalizando certo controle de gastos.
O resultado antes do resultado financeiro e tributos despencou 75,7%, para R$ 1,12 bilhão. No financeiro, as despesas avançaram 64,5%, enquanto as receitas recuaram 2,1%, resultando em um déficit de R$ 276 milhões — expansão de mais de 300% frente ao 3TRI24.
O lucro antes de impostos somou R$ 846,5 milhões, queda de 81,4% ano a ano. Os tributos também refletiram o cenário mais fraco, com a despesa total de imposto de renda e contribuição social caindo 96,1%.
Mesmo com a base comparativa elevada do ano anterior, a Cemig apresentou no 3TRI25 um trimestre desafiador, pressionado pelo aumento de custos, menor resultado operacional e ausência de ganhos extraordinários que haviam inflado o desempenho de 2024.
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