
Pré-mercado: agenda pesada na véspera do feriado
25 Mar 2025 às 15:01 · Última atualização: 25 Mar 2025 · 5 min leitura
25 Mar 2025 às 15:01 · 5 min leitura
Última atualização: 25 Mar 2025
O grupo Casas Bahia (BHIA3) vem enfrentando dificuldades financeiras há alguns anos, o que levou a companhia a uma recuperação extrajudicial. Porém, nos últimos meses, o movimento das ações tem chamado a atenção do mercado, principalmente em março, quando o papel teve uma valorização de mais de 200%. Mas o que está por trás dessa alta repentina?
No começo do mês passado, a ação BHIA3 valia aproximadamente R$ 2,65 e nesta terça-feira (25) está cotado a algo em torno de R$ 10. Esse aumento pode estar ligado a uma prática conhecida como short squeeze.
O short squeeze ocorre quando um número expressivo de investidores aposta na desvalorização de uma ação, vendendo-a a descoberto – ou seja, sem possuir o ativo, esperando comprá-lo mais barato no futuro. No entanto, caso o preço do ativo comece a subir inesperadamente, esses investidores precisam recomcomprá-lo às pressas para evitar perdas ainda maiores, o que, por sua vez, acelera ainda mais a valorização.
Esse comunicado pode ser provocado por fatores como divulgação de notícias positivas sobre a empresa, movimentações estratégicas de grandes investidores ou até mesmo ações coordenadas de pequenos investidores em fóruns e redes sociais. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em 2021, quando a ação da norte-americana GameStop disparou após uma mobilização de traders individuais contra fundos de hedge que estavam vendidos no papel.
Em 2023, o grupo, que na época ainda era negociada na bolsa com o ticker VIIA3, já havia registrado um aumento considerável de posição vendida para suas ações. Na média do ano até agosto daquele ano, o grupo tinha R$ 70 milhões em volume de opções apostando na queda das ações da empresa. Este número foi a mais de R$ 160 milhões na semana passada.
Já naquela época, o mercado estava apostando em peso na queda das ações da companhia, que também é dono de Ponto e Extra.com.
Segundo dados divulgados pela Economatica na época, a posição alugada em ações do grupo já vinha aumentando nas últimas semanas, o que fez com que alguns investidores aderissem ao follow-on da companhia para cobrir suas posições shorteadas. Mas, além da queda comum no dia de precificação de uma oferta, o papel despencou também no dia seguinte.
A ação saiu a R$ 0,80 no follow-on, desconto de 28% sobre o preço do dia da precificação. Naquela data, eram 380 milhões de ações nos contratos em aberto, passando para 392 milhões posteriormente.
Diante da demanda por empréstimo de ações para montar a posição vendida, a taxa média do tomador, que há três meses era de 2,7%, bateu 114,07% na data de precificação do follow-on e subiu para 115,09% alguns dias depois. A taxa máxima chegou a 499%. A cotação média dos contratos em aberto é de R$ 1,39, somando pouco mais de meio bilhão de reais nos contratos.
Recentemente, o investidor Rafael Ferri atingiu uma participação de 5,11% no capital social do grupo, justamente no mesmo período quando o papel iniciou sua disparada.
A participação de Ferri na empresa está dividida em duas frentes: 1,73% do capital social adquirido direta e indiretamente por meio de ações ordinárias; 3,38% do capital social em derivativos de liquidação física.
Ferri é um empresário e investidor do Rio Grande do Sul. Ele começou a sua carreira como trader em 1997 e passou por bancos como ABN AMRO e Itaú Unibanco (ITUB4), onde ocupou cargos na área de private banking.
Em 2006, fundou a TBCS Investimentos, que chegou a ser a maior empresa de agentes autônomos do país antes de encerrar as operações. Também atuou como investidor-anjo e, em 2016, se tornou um dos acionistas e cofundadores da TC Investimentos (TRAD3), que abriu capital na bolsa em 2021.
Ferri esteve envolvido na “Bolha de Alicate”, este é um dos casos de irregularidades mais populares da história recente da Bolsa de Valores do Brasil.
O nome do caso provém do negócio principal da Mundial, empresa cujas ações teriam sido usadas no esquema. O grupo industrial atua no setor metalúrgico, tendo como um de seus produtos mais famosos alicates de unha.
A Casas Bahia reportou um prejuízo líquido de R$ 452 milhões no quarto trimestre de 2024 (4TRI24), uma redução de 54,8% em relação ao prejuízo de R$ 1 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior. Apesar da melhora nos últimos três meses do ano, a companhia encerrou 2024 com um prejuízo acumulado de R$ 1,04 bilhão, representando uma queda de 60,2% na comparação com o ano anterior.
A receita líquida da varejista avançou 7,6% no 4TRI24, alcançando R$ 7,98 bilhões, impulsionada por um crescimento de 8,1% na receita bruta, que atingiu R$ 9,52 bilhões no período. No acumulado do ano, no entanto, a receita líquida somou R$ 27,2 bilhões, registrando queda de 5,7% em relação a 2023.
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